Vai, meu amor, toma
Este punhal de prata
Crava no meu peito
E vê se me mata!
É muito melhor morrer
Do que viver
Sob um peso
Que esmaga!
Se preferir
Toma esta navalha
E estraçalha-me
A garganta!
De nada adianta
Nem vai adiantar
Prolongar a agonia
Que me espanta
E não quer passar
Ao invés de aguardar
Na fila a minha vez
Quero ter a sensatez
E me adiantar
Sem nenhum prazer
Sem nenhum pesar
Sem nem mais lembrar
Que me coube a sorte
De ter tido a morte
Por tanto amar!
Vai, acerta o furo
Ou o corte
- Pouco importa! -
E deixa, deixa sangrar...
ÚLTIMA PRECE
PoemasPoema de José Geraldo Wanderley Marques 03/06/2021 - 10h 35min

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