SETEMBRO AMARELO

Poesias

Por José Geraldo Wanderley Marques

Na floresta de concreto
Que cerca meu edifício
Há um luar de silício
Incrivelmente belo

É o setembro amarelo
A evitar precipicios
Dos que gritam em silêncio
Nos coros dos suicídios

Há certezas que se esvaem
E tristezas que se achegam
Nas ventanias brutais
Dos intentos escondidos

Que atracam neste cais
Onde há gaivotas acesas
Onde a onda que vem não vai
Levar as nossas tristezas

É o setembro amarelo
Prometendo acender estrelas
Entre as nuvens escurecidas
Pela patina da vida

Comentários