Raro é o santanense que não admire uma aventura regada a uma caninha ou cerveja, tais como; pescaria, caçada, caminhada, ou que não seja um saudosista das serestas à porta da amada, etc. Pois bem, Pedrinho de Tô pai do nosso amigo Cocada é uma das pessoas que não dispensava essas façanhas. Boêmio, freqüentador da mesa de bar e um bom freguês do Bar Bafo da Onça de Miguel Chagas nos anos 70, localizado na época próximo a entrada da matança ou matadouro, a trezentos metros do Mercado Público.
Vez por outra o Pedrinho programava uma pescaria na Barragem, no Poço dos Homens, no Riacho do Bode ou nos açudes de amigos, fartos em peixes, sobretudo, o fidalgo ou tilápia. Certa vez juntou os amigos mais dispostos: Sebastião do DNER, Mitinho, Brito (Menininho) e mais uns dois parceiros. Dessa vez resolveu explorar um trecho do “Panema” que margeia o povoado Bebedouro, pois ali existiam alguns poços com rochas e certamente haveria uma grande possibilidade de pescar a jia de padre.
Partiram os seis aventureiros rumo ao poço do “Panema” no povoado Bebedouro. Durante o percurso a cana já fazia parte daquela felicidade. Alguns até comentavam, hoje vamos tomar três tubos de Mucuri com carne de jia; se a gente pescar muitas eu quero levar uma para fazer presente a mulher, tenho certeza de que ela vai gostar, dizia o Brito. Quando chegaram ao Poço, Sebastião se encarregou de acender o fogo utilizando três pedras distribuídas em triângulo para servir de fogão. Enquanto isso Pedrinho à medida que se exercitava tomava umas e outras, pois, seria ele o especialista em mergulhar no poço e colher o anfíbio entre as pedras.
Papo vai, papo vem, fogo aceso, faca afiada, sal, condimentos, fósforo, era a vez do tão esperado mergulho. Nesse momento Pedrinho de Tô, dá uma repuxada no calção de trás para frente, se aproxima do ponto de mergulho, toma mais uma, enquanto a turma ansiosa operava as papilas gustativas arrotando a carne de jia. De repente Pedrinho arma o salto e “tibufo”, desaparece nas águas escuras do poço. Passado três minutos e nada do mergulhador retornar a superfície. Nesse intervalo, um clima de suspense tomou conta de todos. Sebastião quebra o silêncio, preocupado, anuncia, o Pedrinho se enganchou na loca. Mas, logo em seguida surge o Pedrinho com o braço direito erguido trazendo na mão um tremendo cururu com mais de dois quilos, e ainda teve tempo de dizer jogando o Sapo nos peitos de Brito: “segure essa aí qu’eu vou pegar mais”.
Aracaju/SE, 11/06/2013.
Comentários