Andava pela estrada de barro
Após a Lagoa do Junco
Em seu pé um velho cabrunco
Que já não cicatrizava,
Um pano branco encardido
Escondia aquela chaga
Que tanto atormentava
O pobre homem esquecido.
Em sua casinha humilde
De taipa edificada
Ali na beira da estrada
No passeio dos redemoinhos,
O solitário em seu monólogo
Em momentos desprezíveis
Repetia em seu caminho
O seu interminável prólogo.
O infeliz ermitão
Não revelava o desgosto
Mas escondia no rosto
A marca do sofrimento,
Sua barba além do queixo
Somava-se ao seu traje
Externando um sofrimento
Como se fosse um desleixo.
Suas idas a cidade
Quase sempre sem roteiro,
Na vida foi um sapateiro
Que o destino arruinou,
Como um vento frio do sul
Que congela o pensamento,
O frágil homem passou
Mas ficou o Barba Azul.
O BARBA AZUL
PoemasRemi Bastos 25/08/2012 - 17h 23min

Comentários