A MORTE ANUNCIADA

Crônicas

por Luiz Antônio de Farias, Capiá

O Governador Osman Loureiro, através do Decreto nº 2.225, de 30 de dezembro de 1936, criou o primeiro estabelecimento de ensino oficial em Santana do Ipanema. Em homenagem ao pároco pioneiro de nossa terra, foi denominado Grupo Escolar Padre Francisco Correia, por determinação do Decreto nº 2.294, de 16 de novembro de 1937. O início das atividades escolares aconteceu em fevereiro de 1938.

Por muitas décadas, esse instituto foi responsável pela formação, em nossa região, de ilustres cidadãos, políticos influentes, médicos, juristas, jornalistas, escritores, engenheiros, líderes religiosos, mestres e doutores das mais diversas atividades, comerciantes bem sucedidos e profissionais de diferentes áreas.

Como principais responsáveis pelo desenvolvimento intelectual dos nossos jovens, ao longo da história, vale destacar as figuras de Ângela Maria Barreto Medeiros, Antonieta Santana, Diva Barbosa Alcântara, Durvalina Cardoso Pontes, Eliane Maria Aquino, Helena Alves Chagas, Helena Braga das Chagas, Hilda de Carvalho Rego, Iluminata Brandão, Iracema Salgueiro Silva, Laura Maria Chagas, Leda Maria Pacífico Aquino, Leopoldina Lima e Silva, Luci Farias de Queiroz, Maria Audite Wanderley, Maria do Carmo Nepomuceno, Maria Elza Marques Queiroz, Maria Eunice Cabral de Vasconcelos, Maria José Carrascosa, Maria José Muritiba, Maria de Lourdes Queiroz, Marina Tavares, Marinalva Cirilo Silva, Marinita Peixoto Noya, Terezinha Maciel Pereira, Terezinha dos Santos Melo, entre outras.

Com o passar do tempo, o prédio do nosso idolatrado educandário foi se deteriorando, por causa da inconseqüente negligência de nossos representantes, que não procederam às manutenções estruturais periódicas, tão necessárias para manter conservada uma instituição acadêmico-cultural de tamanha envergadura.

A situação atual de nosso velho casarão é de total abandono, completamente deteriorado, e se não forem tomadas medidas urgentes, fundamentais para sua completa restauração, estamos todos nós santanenses fadados a assistir a morte anunciada, daquele que foi o esteio da educação da terra de Nossa Excelsa Padroeira Senhora Santana.

Portanto conclamamos todas as representações da sociedade santanense para exigir, dos nossos governantes, ações imediatas no sentido de providenciar a recuperação estrutural do referido estabelecimento, para que sejam retomadas as atividades para as quais ele foi criado.

Inclusive, em respeito a todas as pessoas que fizeram parte da sua história, não podemos deixar “cair por terra”, literalmente, esse educandário que elevou nosso município ao patamar de berço da cultura do sertão alagoano. Da mesma forma, não queremos que nossa geração passe para nossos pósteros a pecha de destruidora desse tão importante patrimônio histórico.

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