Paraty é uma festa, vale uma torção no tornozelo. Encantamento, literatura e cultura são palavras definitivas da recente 10ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). Pela sexta vez assisti um desfilar dos melhores escritores do mundo em mesas de debates e em mesas de bares. É fascinante essa cidade histórica, patrimônio do Brasil. A festa é feita pelos grandes autores mundiais e pelo povo andando em ruas estreitas, calçadas de pedras seculares sem formas definidas, sem simetria, dificultando o pisar, sapato alto jamais. Se caminha olhando para o chão, olhando as pedras, evitando o perigo de uma entorse no tornozelo, ao mesmo tempo, difícil o apreciar das casas, arquitetura colonial, barroca, muito bem conservada, as Igrejas, os artistas de rua que se acumulam em cada esquina, cantando, mostrando seus quadros, sua arte.
No ano de 2003 houve a 1ª FLIP, acanhada, sem muita propaganda, entretanto, foi um inesperado acontecimento cultural no Brasil. As edições seguintes tomaram maiores proporções, foram precisos cinco anos para consolidar o maior evento de literatura do país. Nos anos iniciais, durante o planejamento apareceram problemas de estrutura e financeiros, o povo da cidade, as pousadas, saíram em socorro e consolidaram esse evento maravilhoso, foi preciso a colaboração do empresariado. A partir da FLIP a cidade de Paraty teve um crescimento econômico acentuado, o setor turismo teve seu maior crescimento nesses 10 anos. Hoje Paraty é um símbolo da literatura, da cultura nacional, internacionalmente famosa, e tem sua economia baseada no turismo, graças à FLIP.
A FLIP produziu muitos filhotes como a FLIPORTO, Festa Literária de Pernambuco iniciada em Porto de Galinhas, transferida recentemente para Olinda. Aqui nas Alagoas graças à ousadia, à coragem, ao apoio à educação e cultura, a Prefeitura de Marechal Deodoro em 2010 organizou e realizou a 1ª Festa Literária de Marechal Deodoro (FLIMAR). Sucesso além da expectativa, ano passado melhorou visivelmente. Hoje a FLIMAR se apresenta como uma das dez melhores do Brasil, a credibilidade da organização trouxe parceiros importantes como o Governo Estadual e o empresariado alagoano. Essa ousada iniciativa passa por uma fase de consolidação, é preciso que haja garra e presença da comunidade cultural.
A programação da 3ª Festa Literária de Marechal Deodoro (FLIMAR) está sendo elaborada. De certeza os escritores homenageados são: Théo Brandão, o inesquecível folclorista das Alagoas e Antônio Torres, o maior romancista brasileiro vivo. Haverá uma série de palestras e mesa de debates no auditório do Espaço Cultural, nas salas de aula, na IFAL, na Escola do SESI. Entre os palestrantes confirmados, Douglas Apratto, Lêdo Ivo, Ricardo Cravo Albin, Carmen Lúcia Dantas, Antônio Campos, Sebastião Nery, Adriana Ruiz (Argentina), Madalena Diégues, Roberto Bianchi (Uruguay), Maurício Melo Júnior, serão 65 palestrantes, mediadores.
A cultura popular se apresentará com muito folclore, bandas filarmônicas de Marechal Deodoro, literatura de cordel, concerto nas Igrejas, toda noite um show com bandas e cantores, forró autêntico num encontro de sanfoneiros. A Festa tem como fundamento o incentivo à leitura. Haverá uma programação extensa para as crianças elaborada pela Secretaria de Educação. Na Orla Lagunar será instalada uma feirinha de livros e cultura. O trenzinho da BRASKEM mostrará aos visitantes o centro histórico da cidade acompanhando um guia turístico. O deodorense, o alagoano, já pode se orgulhar em ter no Estado um evento de cultura, arte e divertimento.
A 3ª FLIMAR será realizada entre dia 29 de agosto e 2 de setembro, a bela cidade histórica de Marechal Deodoro, patrimônio do Brasil, se engalanará para receber os visitantes. Diretores de faculdades e escolas, professores, já estão se programando para levar os alunos a uma viagem de cultura e alegria. A FLIMAR tornou-se um acontecimento do orgulho alagoano. Informações: carlitoplima@gmail.com
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