O Eclesiastes situa que: tem o tempo de plantar e o de colher. Tudo tem seu tempo. Historicamente, em 1.959, exatamente há cinqüenta anos, o missionário Frei Damião de Bozano, esteve no povoado de Pedrão, porém Frei Fernando não estava com ele. E o povo pacientemente, esperou uma visita do missionário Frei Fernando Rossi. A semente do Evangelho plantada pelo sermão de Frei Damião há meio século, caiu em terra fértil e centuplicou, pois ao longo desses anos seguidos, aquela comunidade e arrabaldes, não esqueceram as sábias palavras do pregador, e sempre cobrou a presença do religioso Frei Fernando naquele povoado, que dista cerca de seis quilômetros da cidade de Olho d’Água das Flores.
Sensível aos apelos do povo, o padre da freguesia, Clodoaldo Almeida, juntamente conosco, conseguimos trazer o famoso missionário franciscano, Frei Fernando, que por dos dias pregou uma bela e santa missão para o povo, centrado no Evangelho e prédicas do virtuoso Frei Damião. A afluência do povo foi excepcional, a praça em frente a capela de N.S da Conceição, padroeira do povoado, ficou literalmente tomada de fieis que, atentamente, ouviu a pregação do missionário, sendo recebido e aplaudido com alegria pelo povo de Deus, os dias de missão do religioso no Pedrão, pela quantidade de pessoas que participaram, surpreendeu as nossas expectativas.
Observa-se o povo sequioso da palavra de Deus em forma de missões, haja vista as missões populares impostas pela igreja católica, hoje em voga, não atingirem os anseios da alma humana, carecendo, contudo, de mais proximidade e aprofundamento religioso por parte daqueles multiplicadores da religião católica porta á porta, fazendo jus aqui as santas palavras de São Cirilo de Jerusalém, no Concílio de Nicéia, em 386, quando afirmou: ‘’Quanto a mim, recebi do Senhor o que também vos transmiti’’. Pregar hoje, todos pregam, mas muitas vezes, á maneira de pregar, torna-se mais importante do que, o que se prega.
Constatei na missão pregada por Frei Fernando, no povoado de Pedrão para uma multidão enorme, a avidez do povo em ouvir atentamente as palavras catequéticas do missionário com atenção redobrada, e ele seguro em sua pregação, o fez esplendorosa, sempre fundamentando suas explicações bíblicas com os exemplos edificantes dos santos pregadores, pois conhecimento nesse campo não lhe falta, e o povo não se cansou de ouvir as pregações, porque era um deleite espiritual para cada um. A igreja, constituiu-se pequena para abrigar as pessoas que acorriam ao confessionário, para derramarem aos pés do confessor , seu rosários de dúvidas, incertezas e erros, suplicando-lhe o perdão de suas faltas, e muitos chegavam ás lágrimas de tanta emoção, foram verdadeiras flores que brotavam na sinceridade de cada confissão, como que saiam aliviadas de um fardo pesado, agora, como nova criatura de Deus, tudo isto para sua maior glória, cujas graças somente Ele é digno de conhecer e derramar em cada coração contrito.
Não precisa ser teólogo para compreender que as chamadas missões populares, não estão sendo muita aceitas por grande parte do povo católico, pois são mensagens frias, inseguras, e muitas vezes, sem fundamentação religiosa, pois é preciso que a igreja repense isto, quando se deve suscitar novos pregadores em cada diocese, pois a prática de casa a casa, faz-se muito, e deixa pouco, e é uma prática protestante de há muito tempo...
Isto constatei na missão de Frei Fernando em Pedrão, quando o povo já está a pedir ao Pe. Clodoaldo a volta do missionário para aquela terra, quando se sabe que o povo é bom e generoso com os missionários, carecendo tão somente, que eles visitem mais as comunidades.
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