FEIRA LIVRE DE SANTANA

Poemas

Fábio Soares Campos

Eu agora vou falar

De uma tradição bacana

A origem dessa cidade

Tão rica de novidades

A FEIRA LIVRE EM SANTANA

Do mato chega o matuto

Vem da rua o cidadão

Uns adquirir produtos

Outros vender produção

Tem no sábado e na semana

Pra vender ou pra comprar

Também venha apreciar

A FEIRA LIVRE EM SANTANA

Na feira dá pra encontrar

Arreios bom e cochim

Rede e colchão de capim

Candeeiro de pavio

Capa de sela atavios

Chapéu de couro e ganzá

E o vaqueiro toma cana

Tem roseta pra espora

Você encontra sem demora

NA FEIRA LIVRE EM SANTANA

Tem o vendedor mascate

Que faz o seu arremate

Vendendo numa arupemba

Pente,espelho e diadema

Linha agulha e carretel

Brinco pulseira e anel

Compre se tiver com grana

Vialejo, vela, anilina

Tem calunga pra menina

NA FEIRA LIVRE EM SANTANA

Tem o jogo do ladrão

Que tapeia o cidadão

Escondida uma bolinha

Embaixo de três forminhas

Você tem que acertar

Onde é que ela está

Vai pra lá e vem pra cá

Veja se você adivinha!

Só joga quem tem coragem

Você escolhe e confia

Na história do tapia

E perde na maladragem

O apostador que te engana

Lhe diz na cara de pau

Dessa vez você foi mal

NA FEIRA LIVRE EM SANTANA

O malabarista das facas

Faz a sua encenação

em troca de algum tostão

come prego cospe fogo

faz isso no meio do povo

sua força é desumana

se apresenta o dia inteiro

quase sem ganhar dinheiro

NA FEIRA LIVRE EM SANTANA

Na feira vende remédio

Diz o curador sacana

Ferida braba e maleita

Dor nas costas de quem deita

Cura até uma mente insana

Na um mal que não saia

Use castanha Atalaia

NA FEIRA LIVRE EM SANTANA

Menino que come barro

Range os dentes chupa pano

Os peitos cheio de catarro

Come merda por engano

Cura olho gordo e má fama

Cure sua diarréia

Fique bom da gonorréia

NA FEIRA LIVRE EM SANTANA

Remédio bom pra frieira

Dor de dente e caganeira

Crista de galo e capim

Acabe com o farnicim

Mão de vaca e muquirana

Você que tá com a macaca

Vá curar sua ressaca

NA FEIRA LIVRE EM SANTANA

Um dia um cabra inventou

Dos remédio era o melhor

Merda seca ele torrou

Machucou e fez um pó

Vendia no meio da feira

Pra vício de bebedeira

E morróida no fiofó

Tira de nego o fedor

Tira doente da cama

Cura todas as mazelas

Tomando o chá do “pó dela”

NA FEIRA LIVRE EM SANTANA

Dois cantador de embolada

E um cantador de toada

Partiram pra um desafio

Começaram com elogios

Lá pro meio da disputa

Um chamou felá da puta

O outro de maconheiro

Ladrão fino e trambiqueiro

Vara do cão bater bosta

Recebeu logo a resposta

Nego safado urubu

Parece um canto de muro

Onde só tem cururu

Lazarento cão sem dono

E mesmo dando o redondo

Eu sou melhor do que tu

Cachorro que come bola

Do cego tu rouba a esmola

Projeto de pirangueiro

Entrou na briga a viola

Não sobrou nem o pandeiro

Tudo isso companheiro

Do meio da feira se emana

Conto pra você lembrar

De um dia vir visitar

A FEIRA LIVRE EM SANTANA

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