Eu agora vou falar
De uma tradição bacana
A origem dessa cidade
Tão rica de novidades
A FEIRA LIVRE EM SANTANA
Do mato chega o matuto
Vem da rua o cidadão
Uns adquirir produtos
Outros vender produção
Tem no sábado e na semana
Pra vender ou pra comprar
Também venha apreciar
A FEIRA LIVRE EM SANTANA
Na feira dá pra encontrar
Arreios bom e cochim
Rede e colchão de capim
Candeeiro de pavio
Capa de sela atavios
Chapéu de couro e ganzá
E o vaqueiro toma cana
Tem roseta pra espora
Você encontra sem demora
NA FEIRA LIVRE EM SANTANA
Tem o vendedor mascate
Que faz o seu arremate
Vendendo numa arupemba
Pente,espelho e diadema
Linha agulha e carretel
Brinco pulseira e anel
Compre se tiver com grana
Vialejo, vela, anilina
Tem calunga pra menina
NA FEIRA LIVRE EM SANTANA
Tem o jogo do ladrão
Que tapeia o cidadão
Escondida uma bolinha
Embaixo de três forminhas
Você tem que acertar
Onde é que ela está
Vai pra lá e vem pra cá
Veja se você adivinha!
Só joga quem tem coragem
Você escolhe e confia
Na história do tapia
E perde na maladragem
O apostador que te engana
Lhe diz na cara de pau
Dessa vez você foi mal
NA FEIRA LIVRE EM SANTANA
O malabarista das facas
Faz a sua encenação
em troca de algum tostão
come prego cospe fogo
faz isso no meio do povo
sua força é desumana
se apresenta o dia inteiro
quase sem ganhar dinheiro
NA FEIRA LIVRE EM SANTANA
Na feira vende remédio
Diz o curador sacana
Ferida braba e maleita
Dor nas costas de quem deita
Cura até uma mente insana
Na um mal que não saia
Use castanha Atalaia
NA FEIRA LIVRE EM SANTANA
Menino que come barro
Range os dentes chupa pano
Os peitos cheio de catarro
Come merda por engano
Cura olho gordo e má fama
Cure sua diarréia
Fique bom da gonorréia
NA FEIRA LIVRE EM SANTANA
Remédio bom pra frieira
Dor de dente e caganeira
Crista de galo e capim
Acabe com o farnicim
Mão de vaca e muquirana
Você que tá com a macaca
Vá curar sua ressaca
NA FEIRA LIVRE EM SANTANA
Um dia um cabra inventou
Dos remédio era o melhor
Merda seca ele torrou
Machucou e fez um pó
Vendia no meio da feira
Pra vício de bebedeira
E morróida no fiofó
Tira de nego o fedor
Tira doente da cama
Cura todas as mazelas
Tomando o chá do “pó dela”
NA FEIRA LIVRE EM SANTANA
Dois cantador de embolada
E um cantador de toada
Partiram pra um desafio
Começaram com elogios
Lá pro meio da disputa
Um chamou felá da puta
O outro de maconheiro
Ladrão fino e trambiqueiro
Vara do cão bater bosta
Recebeu logo a resposta
Nego safado urubu
Parece um canto de muro
Onde só tem cururu
Lazarento cão sem dono
E mesmo dando o redondo
Eu sou melhor do que tu
Cachorro que come bola
Do cego tu rouba a esmola
Projeto de pirangueiro
Entrou na briga a viola
Não sobrou nem o pandeiro
Tudo isso companheiro
Do meio da feira se emana
Conto pra você lembrar
De um dia vir visitar
A FEIRA LIVRE EM SANTANA
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