VELHO CASARÃO

Poemas

Remi Bastos

Velho casarão relíquia de nossa história,
Tu que servistes de abrigo e aconchego,
Não deixaste que os pingos da chuva
Lavassem os sentimentos da pureza
Daqueles que acolhestes sob o teu teto.

Quantas vezes te visitei
E na minha inquietude,
Admirava a tua arquitetura
E a beleza interna que ostentavas?

Em teus arredores o regato,
Margeando os coqueirais existentes,
Traçava suas curvas
Embelezando o cenário,
Em um passeio que se desfazia
Embaixo da ponte.

Velho casarão, hoje demolido,
Para sempre serás lembrado,
A edícula erguida em teu interior
Perpetuar-se-á nas orações
Daqueles que no desejo da vontade
Não conseguiram te erguer.

Sempre que eu passar naquela rua
Fecharei os olhos por um instante,
E certamente o verei
Na sua eterna simplicidade,
Velho casarão do Padre Bulhões.

Aracaju, 07/01/2009

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