todu dia agente vemos qui naum teim futuro i pra iscola. Naum precizamus istudá. filosofia, matematica, história, sociolojia, portuguêis. si eu naum gosto de lê, praquê cerve portugueis si eu vô pra falcudade de fizioterapia? Caxorro naum fala!
agente vévi istudando nois cança de i pra iscola os profesçô não intendi que as coisa que ele bota no quadro naum vam cervi pra nada na minha vida.
teim coiza que num dá pra intendê o profesçô divia butá coiza mais fássiu pra nóis istudá.
que cupa eu tenho si a iscola é ruin? Tá suja de papel de lanxe, palito de picolé, folha de caderno, as cadera tão tudo quebrada, as parede tudo riscada, os ventiladô quebrado, o quadro todo riscado, a cupa é do governo. eu queru cadera nova, as parede pintada.
os professô istudaru na falcudade para çê professô e axa que nóis que cê quinem eles?
os professô qué que nóis pence, qué qui nóis leia um livrotodo, qué que nóis aprenda a tê independensia e liberdade, mais como é que ele qué que nóis faça isso se eu já sô livre, eu num sô escravo de nimguem!
Mais tem nadanaum, esse ano é termino e vô pra falcudade e nem pricizo termina o ano, nem pricizo sabe lê ô iscrevê vô mostrá de qui sô capais. se a iscola num me liberá eu sntro na justissa. Meu pai pagua um adevogado.
Axo que vô fazê vestibulá pra cê dotô, médico ganha muito dinheiro. Ou vô entrá no ramo da adivogacia. si num dé certo vô cê profesçô.
Na falcudade os professô são milho. Axo que vô fazê curcinho...
Vô pará poraqui, tá me dando dô de kbça. Iscrevê é ruin dimais. Vô pro msn batê um bate papo cuns cara e as mina da minha turma.
Xau...
Depois vouto.
CONTINUA
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Texto inspirado nas falas do Professor Manoel Augusto, quando na oportunidade ministrava uma aula para minha turma na antiga ESSER. Ele falava sobre a importância da Universidade para Santana do Ipanema, e proferiu a seguinte frase:
– Dialeto é uma coisa, analfabetismo é outra!
Houve um silêncio sepulcral na sala.
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