SOSSEGUE: NÃO EXISTE TIME PERFEITO

Pe. José Neto de França

Observando e refletindo o comportamento (através dos meios de comunicação social), dos dirigentes e torcedores do Clube de Regatas Flamengo e, também, de grande parte da imprensa, desde a saída do lusitano Jorge Jesus, têm-se a impressão de que eles perderam a noção de que tudo que faz parte da vida temporal, é contingente (limitado).

Comportam-se como se estivessem padecendo de uma "megalomania" (transtorno de personalidade com delírios de poder e onipotência), fantasiando (endeusando) o técnico anterior, como se ele fosse um Deus e fosse capaz de tudo.

Não existe time perfeito; igualmente, não existe técnico perfeito, dirigente perfeito... Será que aquilo que é tão óbvio não consegue ser percebido, enxergado!?

Sabe-se que a paixão embota, cega, enquanto o amor tudo supera.

Logicamente que Jorge Jesus, conseguiu num determinado tempo conquistar, com todo o elenco, títulos importantíssimos. Mas foi somente e tão somente uma fase, como cada equipe de futebol tem a sua.

Na prática, não existe um supertime, mas um time bem montado/orientado que pode alcançar, num tempo oportuno, muitos títulos.

Não quero entrar no fato que ocasionou a saída de Jorge Jesus, isso já é outra história. Mas, vejamos cada técnico que veio no pós Jorge Jesus: Doménec Torrent, Rogério Ceni e Renato Gaúcho.

No início de seus trabalhos foram super elogiados pela imprensa e torcedores, principalmente o Renato Gaúcho que iniciou, com o Flamengo aplicando goleadas em seus adversários. Mas, foi só começar a perder alguns jogos, foram crucificados e “derrubados”. Inclusive o mais elogiado foi, depois, considerado o pior.

Veio outro lusitano, Paulo Sousa que é pressionado por todos os lados: imprensa, diretores, torcedores...

Será, também, que é tão difícil não entender que a pressão sem lógica pode colocar a perder todo trabalho, seja individual, seja por equipe?

Ora, o “fantasma” Jorge Jesus até hoje assombra como procela seus “escravos” presos a um passado que ousa em querer ser presente na vida de cada um deles... Isso parece ser o que os tornam cegos.

Achar que a equipe tenha que ganhar sempre, arrebatar todas as taças não passa de uma utopia que jamais vai ser vivida.

Quem sabe, não seria até interessante trazer de volta esse “fantasma” e arrogante Jorge Jesus, para que ele pudesse provar não ser um super-homem, e esses escravos utópicos acordassem dessa mania de grandeza!?

Enigmas da vida!!!

[Pe. José Neto de França]

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