Desvendar a premonição: desafio da Ciência

Paiva Netto

Analisando os fenômenos psi, estudados pela Psicologia Anomalística e que
apresento em minha obra Os mortos não morrem (2018), destaquei na revista JESUS ESTÁ
CHEGANDO! n o 110, de abril de 2011, uma pesquisa internacional sobre a capacidade de
antever fatos vindouros:
O dom de prever o futuro é assunto antigo e até hoje intriga o raciocínio humano.
Felizmente, a comunidade científica fortalece o debate de evidências e casos que vêm
surgindo. Esse é o tema no qual se concentra o respeitado professor emérito de Psicologia
da Cornell University (EUA) Daryl J. Bem. Sua pesquisa publicada, em março de 2011, no
Journal of Personality and Social Psychology — conceituada revista da Associação
Americana de Psicologia —, resultado de estudo desenvolvido por ele ao longo de oito
anos, provocou ao mesmo tempo elogios e críticas de seus pares e da sociedade em geral.
Isso me faz lembrar um pensamento do talentoso Oscar Wilde (1854-1900), que o
saudoso Proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, Alziro Zarur
(1914-1979), costumava repetir: “Quando os críticos divergem, o artista está de acordo
consigo mesmo”.
Demonstrando detalhadamente o método empregado — o que permite a reprodução
da amostragem e a verificação por outros pesquisadores — e, em alguns casos, baseando-se
em estudos tradicionais da área, apenas modificando a ordem dos processos, o dr. Daryl
aplicou nove experimentos a mais de mil participantes. Obteve resultados significativos para
tentar explicar os chamados fenômenos psi, que constituem, na definição do autor,
“processos anômalos de informação ou transferência de energia atualmente sem
explicação nos termos dos mecanismos físicos e biológicos conhecidos”.
Os eventos pesquisados são os de percepção extrassensorial (PES) — clarividência,
telepatia e psicocinese —, com destaque para a premonição e a precognição.
Em sua análise, o dr. Daryl, também formado em Física, entre outras áreas, se utiliza
das concepções teóricas da mecânica quântica para elucidar tais fenômenos. Em face de
tantas perspectivas, ainda há muito a compreender desse Universo infinito, que nos impele a
desvendar seus mistérios. Por esse motivo, é indispensável revestirmo-nos de humildade
diante de imenso saber, que nos desafia a inteligência. O estudo do dr. Bem, um dos mais
proeminentes pesquisadores da psicologia social, nos convida a investigar com isenção o
assunto. Embora seja uma realidade, esse tema é descartado por alguns pensadores como
objeto válido de investigação, pois foge às bem-intencionadas, porém restritas, teorias
correntes, por vezes aceitas inadvertidamente como verdades pétreas.
Recordo-me de assertiva que proferi por ocasião do I Fórum Internacional de
Ufologia, sediado pelo ParlaMundi da Legião da Boa Vontade, em Brasília/DF, de 7 a 14 de
dezembro de 1997: O mundo discute, há muito tempo, a existência dos chamados UFOs
(óvnis). Relativamente a isso, a questão não é acreditar ou deixar de crer neles, mas,
sim, saber se esses fenômenos são ou não verdadeiros. A comprovação dessa realidade
cabe naturalmente à Ciência.
O mesmo argumento é válido para os fatos considerados sobrenaturais, por não
caberem na lógica convencional, que não é absoluta e, por isso mesmo, precisa ser
constantemente revisada. Afirmo e reafirmo: dogmatismo em Ciência é aberração.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

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