Confusa é a vida da gente Lúcia Nobre
Confusa é a vida da gente
dilatam-se os olhos ao sol
acorda-se feliz e inocente
com raios de luz a aquecer
Na manhã café com pão
e o lourinho a tagarelar
antes de se abrir o portão
enlevar- se ao alvorecer
Apaga-se tudo de repente
oculta-se todo raio solar
vê-se o que não se quer ver
e tudo deixa de acontecer
Natal e festas esquecidas
nenhum bem aconteceu
esperanças vãs e renhidas
nada se faz e nada se fez
Fecham-se os olhos a tudo
e no escuro nada se vê
o mesmo espaço lotado
inúteis ilusões partidas
Sinto uma aflição incontida
Não sei se é dor o que sentem
jogados apáticos à esmo
e ninguém nem se ressente
Lágrimas jorram covardemente
sem poder nenhum de modificar
incontidas mágoas me atropelam
mas deslembro voltando a viver
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