Não podia deixar de tecer alguns comentários sobre a nova obra do escritor santanense José Pereira Monteiro. Recebemos o livro das mãos do comerciante Bartolomeu Barros no último sábado (01/09) e lemos num só fôlego, pois se trata de um livro magnífico e de fácil leitura. A sexta obra do autor vem recheada de emoção, pois seu Monteiro, como conhecemos quando das nossas idas a casa do nosso avô José Malta e lá encontramos jogando baralho, passa para o papel toda a sua emoção que foi aflorada na melhor idade.
Nas 178 páginas o autor retrata Santana, seus amigos e fatos que somente uma memória privilegiada pode guardar. Na última parte do livro, saindo de sua linha, o autor escreve quatro crônicas fabulosas: Nezinho Cachorro, O Bar de Dona Mariana, A Bodega do Senhor Moraes e Amor e Perdição. A crônica a Bodega do Senhor Moraes e rica em detalhes que faz com que possamos imaginar a Santana antiga. Confesso que poucos nomes que são relatados na crônica são conhecidos nossos, mas a maneira com que o autor a escreve possibilita fazermos uma imagem do que realmente acontecia há muito tempo.
O livro tem excelentes referências: As notas de apresentação são do Professor Alberto Pereira Santos, o prefácio é do escritor Djalma de Melo Carvalho e as orelhas é do Presidente da Academia Alagoana de Letras – Laurentino Veiga.
Rosas no Caminho presta justas homenagens a pessoas muito queridas como PADRE BULHÕES, BARTOLOMEU BARROS, ALBERTO AGRA, ZÉ DE ALMEIDA, ZEZINHO DA DIVISÃO, MARCIA TELMA, entre outros.
Alem de lembrar bons tempos José Pereira Monteiro fala do sertão com um carinho muito especial. Vejam esses versos sobre algo que faz parte de nossos cenários, que inclusive foi recentemente tema de reportagem do Jornal Gazeta de Alagoas:
O sertão está mudando
Não se vê carro de boi
Aquele tempo se foi
Não volta mais o passado
Não se usa mais pilão
Nem o candeeiro a gás
Hoje em dia não se faz
Matuto de sangue puro
Acho até que no futuro
O sertão não presta mais.
Ainda tive a sorte
De no carro passear
Mas como é bom recordar
Foi meu primeiro transporte
E era também um esporte
Não havia contramão
Mas a globalização
Mela, lambuza e não lava
Meu carro de boi cantava
Nas estradas do sertão.
Não usava gasolina
nem levantava poeira
Um transporte de primeira
Nessa área nordestina
O canto era sua buzina
Não tinha poluição
Hoje no meu coração
Uma revolta se trava
Meu carro de boi cantava
Nas quebradas do sertão.
Por tudo isso, recomendamos a obra: ROSAS NO CAMINHO , versos e prosas, editora Idéia 2007.
Parabéns José Pereira Monteiro
Comentários