Duas qualidades são inerentes ao santanense: saber receber/acolher e gostar de festas.
Retornando no tempo, vestindo a roupagem da minha infância, recordo as animadas festas da cidade. Verdadeiramente o santanense incorporava os festejos. E incorporando o sentimento festivo transmitia-o ao seu derredor. Assim sendo, povo e cidade respiravam as festas. Daí para o êxito das mesmas eram “favas contadas”, no dizer da sabedoria popular.
Naturalmente que existiam aquelas pessoas dentre as demais que tinham por natureza o espírito festivo...eram a animação em pessoa. E assim marcaram época! Não citarei nomes para não incorrer na condição falível do ser humano e esquecer alguns. Também, marcaram tão bem sua passagem no pedaço, que são facilmente lembrados por todos.
Merece destaque, porém e até uma reflexão, o fato concreto de que ao meu ver o vigor dessas festas foram diminuindo no tempo. Já não sinto as festas de Santana com a intensidade e brilhantismo de antes. Gostaria de estar enganado!
Sinais dos tempos?
Será que a modernidade da época exige que se abdique do brilhantismo?
Ou será que não aprendemos com nossos antecessores a fazer festas daquela maneira?
Faz festa, quem gosta de, respira e sabe fazer festa. Pode alguém responder. E tem razão em assim pensar.
Vejamos o caso da cidade de Olinda, no período carnavalesco. O olindense tem na sua alma o gosto e o saber pelo carnaval. Tudo é motivo para transformar-se em tema carnavalesco, vestir-se com as cores da alegria momesca e materializar-se em um bloco. Por que isto corre? Ora, porque está na natureza do olindense.
Trazendo a reflexão para nosso cotidiano, não é difícil lembrarmos de que “a alegria momesca estava incorporada ao espírito do Sr. Nozinho Falcão,para citar apenas um dos muitos daquela época; não é mesmo?
Estes escritos não têm outro objetivo, senão fazer uma reflexão sobre “as festas de Santana” dos meus tempos de criança. E sentir saudades das mesmas.
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