O título, não tenha dúvida é esdrúxulo. Pra tentar explicar teremos que ir pra onde tudo começou. Estávamos, eu, o nosso querido presidente da ASLCA (Academia Santanense de Letras Ciência e Artes) escritor Malta Neto, o cordelista e membro da AGRIPA (Associação dos Guardiões do Rio Ipanema) Charles do Cordel, acompanhando o movimento grevista dos professores à porta da Secretaria Municipal de Educação de Santana do Ipanema. De repente estávamos falando dos festejos juninos de hoje em dia. O saudosismo acabou levando-nos a assuntos cada vez mais interessantes dentro do tema costumes e tradições.
E não é que chegamos às brincadeiras de infância de outrora? Daí o assunto tão proveitosos não ficaria isento da cobrança que veio com endereço e identidade: “Fabio, o que estamos comentando aqui daria uma boa crônica sua!” Ao que concordamos plenamente, só não dava pra dizer quando sairia. Por motivos óbvios, o assunto carece de pesquisa, bem como demanda tempo. Ainda não nos sentimos seguro para abordar o tema, no momento.
No entanto dá pra comentar. Dentre as brincadeiras que lembramos havia: Rouba Bandeira; Ouro-Busca; Esconde-Esconde; Bandido e Mocinho com uso de “armas de fogo" feitas de madeira, manufaturar carrinho de lata de óleo de soja (antigamente esse produto vinha em latas quadradas); pião de goiabeira; ferro de finca, a famosa “Mão-no-bolso” o que renderia manchas no pulmão de muitos protagonistas; confecção de jangadas e ancoretas com palitos de picolé e tampa de garrafa; jogar “Bafo-Bafo” com figurinhas de álbuns; Mandrake e Mudinho; Peteca que é diferente de Bolandeira, estas de cá, no nosso tempo não eram feitas com a borracha de seringa. Entre outras.
Peço licença ao leitor para pausar este tema, prometendo voltarmos noutra ocasião. Retomemos a polêmica do título da crônica. O amigo Malta Neto, lembrou que vindo de origem humilde, teve que ele próprio confeccionar os carrinhos pra brincar. E tinha um que imitava uma retroescavadeira, famosa nos anos sessenta no nordeste brasileiro. Para ser mais preciso nas frentes de serviço da extinta Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) e do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca) A “Caterpillar” que ganhou o apelido de “Catrapilha”.
“A Caterpillar é uma empresa dos Estados Unidos da América, fabricadora de equipamentos e máquinas pesadas, específicas para a construção civil e mineração. Com mais de 80 anos de existência, iniciou suas atividades no Brasil em 1955. Fonte: Wikipédia.org.br.”
Ao buscar num dicionário de inglês para o português aqui na web “Linguee.com.br/inglês-portugues”, vamos encontrar que “Cartepillar” significa “Lagarta”. E não é que a danada da “Catrapilha” se parecia realmente com um inseto? Uma caranguejeira talvez.
Participando ontem (23 de junho), da missa em alusão aos festejos do dia de São João, na comunidade rural “Curral do Meio”, (aqui de Santana do Ipanema) como membro integrante que sou do “Coral dos Homens do Terço de Nossa Senhora: Mãe Rainha”, da paróquia de Senhora Santana. Tive a oportunidade de ouvir da prédica do nosso pároco padre Adalto Vieira Alves, esclarecimento que “Batista” não é nome para o caso de “São João Batista”, trata-se evidentemente de uma espécie de apelido. Por ser essa a função que exercia de batizar os cristãos convertidos de sua época. Daí seria esta a característica que o santo e o equipamento pesado teriam: apelidos associados ao nome.
Para alargar os horizontes, bem como enriquecer nossa crônica. Acrescentemos que, já vimos muitas vezes em livros específicos sobre línguas e idiomas, alguns linguistas dizer que o Latim é uma Língua Morta. Jamais poderemos concordar com tal afirmativa. Ora, o povo Lácio (Latium) que viveu antes de Cristo (27-34 a.C.) onde hoje existe Roma, donde provem o Latim, a população já não existe, claro. No entanto a língua permanece viva até hoje.
Quer uma prova? Todos os seres vivos possuem um nome científico (binominal) e estão escritos em latim. Por exemplo: “Homus sapiens” é o nome científico pra espécie humana; “Canabis sativa” é o nome científico da maconha. Os termo Habeas corpus , Data venia tão comuns no meio jurídico também estão em latim.
Piada pra encerrar não tem. Pra não passar em branco, vamos transcrever alguns versos de uma poesia de autoria do poeta Braulio Tavares, e glosa de Manoel Cavalcante intitulada: “Deixe Junho Pro São João” que meu amigo João do Mato me enviou no watsapp:
“Deixe a tal da muriçoca
Se enganchar no mosquiteiro
Contrate Alcimar Monteiro
Que nossa música toca
Deixe o funk carioca
Tremendo sem Paredão
Pra quando uma guarnição
Passar baixando o volume
Perca esse fútil costume
DEIXE JUNHO PRA SÃO JOÃO”
Fabio Campos 24 de Junho de 2016.
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