EXTRA! EXTRA! EMPREGO PARA TODOS!

Fábio Campos

“Extra! Extra! Candidato a prefeito promete: Se vencer as eleições, uma vez empossado, dará emprego a todos!”. Ninguém se surpreenda, a partir de agora, se ouvirmos pelas ruas, os jornaleiros apregoando tal tipo de manchete enquanto vendem seu produto. Vale relembrar que está aberta a temporada de caça aos votos. Nos próximos meses, os sufrágios a serem depositados nas urnas, passam a ter valor de produto de mercado! Tanto na visão dos candidatos corruptos, bem como na mesma miopia política dos eleitores corruptíveis. O voto passa a ter valor de produto vendido feito mercadoria contrabandeada! Uma vez que é crime! Diferente dos demais produto de consumo, que valem de acordo com a oferta e a procura. O valor do voto tem uma particularidade: Tem valor atribuído de acordo com o tipo de proprietário!

Finalmente um partido político resolveu defender a ideia de que o voto deva ser uma escolha pessoal (não citarei qual é pra não fazer propaganda), está dizendo no horário eleitoral: NÃO A OBRIGATORIEDADE DO VOTO ELEITORAL! Antes tarde do nunca. Sempre houveram e haverão aqueles que acham que o Brasil (leia-se os brasileiros) nunca estão preparados: Não estavam preparados pra votar! Não estavam preparados pra democracia! Não estavam preparados pra liberdade de imprensa! E por aí vai.

E aqui em Santana do Ipanema? Comentários de rua: Temos mais candidatos que eleitores! Surpreso? Eu também não. E quem não quer? Quase duzentos candidatos pretendem digladiar-se por uma cadeira na Câmara Legislativa. E cerca de duas dezenas de nomes está sendo citado para disputar, guerrear, competir pela cadeira mais cobiçada do Palácio de Concreto (apelido bonito!) da Prefeitura Municipal. Pronto já começou! Vale até falar da mãe (do adversário). É tempo de Murici cada um faça por si! Quem for podre que se quebre!

Na terra querida, do meu Amigo Tonho Neguinho, num determinado comício na eleição passada. O prefeito, estava candidato a re-eleição, discursava, na maior empolgação. Naqueles meios o pobre analfabeto disse ao microfone:

-Minha gente! Eu prometo que nóis vai miorá ainda mais nossa cidade e nosso municipo!

Um assessor do político que estava no palanque, tentando corrigir o erro de português do patrão, sugeriu:

-Prefeito emprega o verbo!

-Eu vou empregar o verbo! O pai do verbo! A mãe do verbo! Prometo que vai tê emprego pra todo mundo!


Fabio Campos 09.11.2011
ZÍNGARA Conto inédito no fabiosoarescampos@blogspot.com

Comentários