Na última quarta-feira estivemos, juntamente com os colegas da Escola Municipal Senhora Santana, excursionando até a cidade de Penedo. Tão agradável tornou-se o dia, tinha mesmo que virar crônica.
Não era a primeira vez que visitávamos a mais antiga das cidades ribeirinha do “Velho Chico” em terras alagoanas. Para nós no entanto seria esta a mais importante, pois até então não tínhamos tido o privilégio de sermos ciceroneados por um guia turístico.
Um rapaz de nome Carlos muito prestativo, prontificou-se a nos levar aos pontos históricos e turísticos da cidade. Iniciamos com uma visita a um mirante de onde se tinha uma vista panorâmica do rio São Francisco, próximo ao restaurante “A Rocheira”. De volta a rua principal, mostrou onde ficava a Câmara Municipal e a Prefeitura. A uma modesta pracinha, tendo de fundo, a Igreja de Santa Maria dos Anjos e o Convento dos Franciscanos, que não podemos visitar pois estavam em reforma, se dispôs a falar um pouco sobre a história do município:
“O nome Penedo originou-se de um rochedo de pedra naquela encosta do Rio São Francisco. O povoado foi fundado por Duarte Coelho Pereira primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, é uma das principais cidades históricas do Brasil, foi elevado a vila de São Francisco em 1636 e em fins do século XVII passou a ser denominada Penedo do Rio São Francisco. É cidade desde 1842.”
Penedo respira historicidade. Descemos ladeiras, apreciando o casario com fachadas preservadas. Visitamos uma loja de artesanato, a Catedral Diocesana, a igreja de Nossa Senhora das Correntes, a igreja de São Gonçalo que descobrimos através do guia:
“São Gonçalo Garcia é o padroeiro dos professores, considerado o santo protetor dos que têm paciência”
Visitamos o Teatro Barão de Penedo, segundo nosso guia, por tradição alguém do grupo teria que subir ao palco e recitar uma poesia, o escolhido para isso foi nossa pessoa, por indicação do professor Robson que acabou também fazendo parte da expiação. Visitamos o Museu Histórico Municipal que conta a história de um ilustre ex-prefeito Dr. Raimundo Marinho, foi odontólogo, morreu tragicamente em um acidente de carro em 1985. No painel fotográfico, reconhecemos entre os que acompanhavam seu sepultamento o ex-governador Divaldo Suruagy. Ficamos sabendo que Dom Pedro II em visita àquela cidade hospedou-se naquele prédio. Visitamos a igreja de Nossa Senhora das Correntes. Pertencente a família Lemos que trouxe de Portugal o piso e os painéis que decoram as paredes segundo o guia:
“As gravuras que ornam as paredes laterais da nave, representam de um lado: Nascimento, circuncisão, e apresentação de Jesus no templo; do outro, nascimento e apresentação de Nossa Senhora. Quando ocorriam missas só entravam na igreja os convidados da família Lemos”
Mostrou-nos um compartimento secreto ao lado do altar, aonde os Lemos, que eram abolicionistas, escondiam escravos fugitivos de outras sesmarias.
Finalizada a visitação histórica fomos almoçar à beira do rio, no restaurante “O Oratório” degustamos uma excelente peixada regada a muitas congratulações, pois aproveitamos a ocasião para a confraternização da Escola Senhora Santana.
Ali terminava a participação de Carlos nosso guia. Enquanto aguardava a iniciativa de lhe pagarem pelo seu trabalho, perguntamos:
-E aí pessoal cadê “As Festas” do nosso guia?
Poucos entenderam. E foi preciso que explicássemos: “As Festas” era como no passado, os prestadores de serviços de Santana do Ipanema, referiam-se as suas gratificações para as festas de fim de ano.
Fabio Campos 17/12/2010 É Professor em S. do Ipanema-AL.
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