CRUZEIRO MARÍTIMO

Djalma Carvalho

Entre algumas emoções de viagem já vividas, ainda não havia experimentado as de um cruzeiro marítimo, sonho há pouco realizado a bordo do moderno e luxuoso transatlântico Grand Mistral, no percurso Maceió-Búzios-Rio de Janeiro.
Talvez, maior emoção tenha eu vivido em julho de 1988, ao participar da fascinante viagem de quatro dias pelo caudaloso rio Amazonas, no percurso Manaus-Belém, a bordo do catamarã “Amazonas”, em excursão turístico-recreativa promovida pela Adesg-Alagoas e organizada, com absoluta competência, pela RN Turismo.
Terminado o cruzeiro, agora, já de malas vazias, invariavelmente me perguntam os amigos se também havia participado da “viagem da confusão”. Na verdade, este título, mais adequado, poderia ter sido dado a esta crônica, tal a repercussão negativa que tiveram os incidentes que houve no embarque, no porto de Maceió. Ainda não se sabe a razão dos tumultos, mas é certo que foram vendidas cabines além da disponibilidade do navio e que houve tempestiva recusa do turista em ocupar com desconhecidos o espaço da cabine a ele reservada. Para muitos, o cruzeiro seria a viagem dos sonhos; para aqueles, que não conseguiram embarcar, simplesmente pesadelo, frustração.
De minha parte, nada de anormal me aconteceu, salvo o intermitente balançar do navio que dobrara os nós náuticos para compensar o atraso de cerca de nove horas havido no embarque.
Com 47.500 toneladas, 8 “decks” e 553 tripulantes, o navio singrou as águas azul-escuras da costa brasileira, levando a bordo cerca de 1.200 alagoanos. Bem longe e em todas as direções, o horizonte era balizado pelo encontro do céu com o mar.
O diário de bordo é o documento oficial divulgador das atividades do navio. Banda com bons músicos, companhia de danças, balé e quatro bons cantores encarregaram-se dos “shows” diários, sendo Fábio Jr. a expressão maior dos espetáculos a bordo. Cafés bem localizados com música ao vivo e boate com música mecânica tornaram-se boas opções. Dois bons restaurantes, com sabor e tempero de comida mediterrânea, atenderam satisfatoriamente ao público. Na área das piscinas, bares e vários pontos com petiscos estiveram à disposição dos turistas.Valeram as horas de lazer durante cinco dias.
Na manhã de terça-feira, dia 5 de dezembro, o navio ancorou ao largo da península de Búzios, no litoral fluminense, para onde os turistas foram levados em lanchas, em visita ao famoso lugar. Na manhã seguinte, o Grand Mistral entrava triunfalmente na baía de Guanabara. Diante dos olhos do visitante, o belo postal do Rio de Janeiro, “que continua lindo”, segundo conhecida letra de música. Após o desembarque, a acomodação de parte do grupo no Hotel Glória, casa que, durante sua época de ouro e de grande “glamour”, hospedou gente famosa, particularmente quando o Rio abrigava a Capital da República.
Finalmente, visita ao Rio-Sul e ao Barra Shopping, para compras, ida ao Canecão, para o “show” de Martinho da Vila, e o regresso em avião da Tam, em vôo fretado, encerraram a inesquecível viagem-excursão.

Maceió, dezembro de 2006.

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