TROAR DE CANHÕES
(Clerisvaldo B. Chagas. 21. 5. 2010)
A missão sobre novas sanções ao Irã terminou fazendo o que os Estado Unidos queriam: impedir o destaque da Imprensa na reunião entre América Latina, Caribe e União Europeia, em Madrid. Os jornais se preocuparam mais em divulgar o primeiro assunto, engolindo a isca para o segundo. Os Estados Unidos não querem o Caribe longe do explorador Tio Sam. Pouco a pouco, todavia, essa região vai se organizando e agora, integrada a América do Sul, parece ir liberando o medo do colosso do norte. Mesmo com o ciúme doentio dos Estados Unidos, a cúpula União Europeia, América Latina e Caribe, realizada na capital espanhola, “(...) foi um grande sucesso”, afirmou o primeiro-ministro José Luís Zapatero. É de se notar também que antes da cúpula, oito países da UE, se manifestaram contra a reunião. Esse mercado conjunto (que movimenta 15 bilhões de euros) alcançou avanços importantes, ainda segundo a Espanha. Avanços esses em relação ao MERCOSUL (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai e ainda Peru e Bolívia como associados).
A importância maior da Cúpula, pela nossa ótica, foi a de entendimento entre nações, felizmente ou infelizmente, através de interesses de negócios. Sábias foram as palavras do presidente da Comissão Europeia, português José Manuel Durão Barroso: “(...) águas turbulentas em que o mundo ainda navega, é importante manter o rumo às respostas globais, e nesse sentido a Cúpula cumpriu o seu objetivo”. Congregando 60 presidentes e chefes de Estado, não tem como ser ignorada pelo restante do mundo a dimensão desse encontro espetacular.
Essas reuniões tão distantes são as que influenciam os nossos empregos, nossos salários, nosso desenvolvimento que, para os leigos, deveríamos tratar apenas de assuntos das banalidades locais. Os grandes acontecimentos mexem até mesmo com o nosso hábito alimentar e o próprio vestuário. O mundo se tornou pequeno e tudo que acontece em qualquer lugar do Planeta, reflete em nosso cotidiano.
Ainda sobre o primeiro-ministro espanhol, “é imprescindível a modificação do sistema financeiro internacional, para se adaptar aos nossos tempos.” Sai de palavras europeias também a admiração pela “fortaleza” da América Latina diante da crise mundial. É impressionante o reconhecimento de homens como Zapatero e Durão Barroso que o mundo estar mudando e que é preciso mudar com ele (cansei de afirmar isso em nossas crônicas).
Tudo leva a refletir novamente sobre a injustiça da ONU: cinco países mandarem sozinhos no Globo. Questionar a ordem mundial é questionar a nossa própria qualidade de vida. Cedo ou tarde, assim como caiu o muro de Berlim, cairá o PENTADURA da ONU. Quem viver verá. Queremos para nós e nossos descendentes um mundo de paz e compreensão entre os homens e não as arrogantes e permanentes ameaças de TROAR DE CANHÕES.
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