PEDOFILIA NA CÂMARA

Clerisvaldo B. Chagas

PEDOFILIA NA CÂMARA
(Clerisvaldo B. Chagas. 24.5.2010)

O prédio da câmara municipal de Santana do Ipanema, Alagoas, já funcionou como companhia de força e luz. Abasteceu a cidade durante longo tempo com possante motor alemão. Quando só havia mato pelo terreno dos fundos, foi ali assassinado em emboscada, um cidadão bastante popular em Santana. Esse mesmo prédio funcionou também, durante muitos anos, como Tribunal do Júri do município. Por isso ou por aquilo, funcionários que ali trabalharam ou trabalham como vigias e encarregados de cozinha, narram coisas estranhas. Alguns já se acostumaram com os fantasmas, outros ainda se arrepiam e correm, fazendo o sinal da cruz, ao ouvirem ruídos dentro da noite.
Ultimamente a cidade foi tomada de surpresa diante de denúncias de pedofilia na câmara atual. Realmente foi uma bomba jogada no seio do município que causou grandes estragos morais e que continua repercutindo. Segundo notícias em Santana, dois vereadores seriam os pedófilos entre os representantes do povo. Isso fez com que o santanense começasse a fazer suas escolhas sobre quem seriam os dois monstros de crianças em Santana do Ipanema. Cada pessoa da cidade já havia escolhido no seio familiar esses possíveis criminosos. Como cada qual escolhia seus dois pedófilos entre os poucos vereadores da câmara, o certo é que não escapava nenhum. Quando o caso começou a tomar proporção de estado, eis que, para surpresa geral, a fonte do assunto chega a uma rádio da cidade e diz que tudo não passou de mal-entendido, não existia pedófilo nenhum e pronto. O desmentido chocou mais o povo santanense do que a bomba inicial. Como era possível uma notícia de peso como pedofilia ser deixada de lado simplesmente por que “deixe isso para lá que não existe"? A sociedade, a mesma que votou nos representantes municipais, exige agora uma investigação seriíssima, por parte de autoridades abalizadas. Ao presidente da câmara cabe uma responsabilidade extra de pedir essa investigação e que não pode ficar omisso diante de um desmentido muito simples para um dos casos mais graves do social brasileiro. Diz o ditado que “quem não deve não teme”. É verdade, quem não deve não teme. Os próprios representantes do povo deveriam reforçar o pedido de investigação junto ao seu presidente. A sociedade organizada não pode e não deve ficar apenas de braços cruzados ouvindo o disse não disse das comunicações locais. Se não houver uma investigação séria, apesar do desmentido, ficará sempre a mancha na Câmara de Vereadores e as perguntas guardadas em cada cidadão: quais os dois pedófilos da câmara de Santana do Ipanema? Por que os consultados resolveram desmentir o que afirmaram antes? Interessa a quem o desmentido? Será que isso não é apenas a ponta do iceberg? O povo quer saber tudo. Não se pode brincar com um caso de tamanha envergadura. O presidente da câmara tem obrigação de esclarecer à sociedade os passos das suas providências que devem ser enérgicas, sob pena de omissão. O desmentido não pode simplesmente colocar uma pedra em cima do assunto. Quem irá votar novamente em pedófilos? Ou se apura o caso definitivamente ou os vereadores, pré-julgados pelo povo após a primeira bomba, não terão forças para representar esse poder legislativo. Os fantasmas agora parecem se materializar. O que não pode é continuar tudo como se não tivesse tido acusação nenhuma sobre PEDOFILIA NA CÂMARA.
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