MORRA, PESTE!
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de novembro de 2011
Depois da Segunda Guerra Mundial, consolidadas as tragédias em duas cidades japonesas, os donos do mundo recolheram suas bombas atômicas. À medida que o mundo foi ficando pequeno por causa dos meios de comunicações, espiões e cientistas passaram a agir também em segredos nucleares alheios que foram sendo descobertos e copiados, até com certos aperfei-çoamentos. E se os americanos pensaram que somente eles teriam o poder de destruir em massa, perderam essa aposta amplamente, pois o segredo uno virou clube de bomba com suas perigosas ramificações. As bombas estão na América do Norte, na Europa e na Ásia. Todos estão conscientes, porém, que a primeira que for jogada, além do grande poder de destruição na área, a radi-ação será levada imediatamente para inúmeros lugares do mundo, inclusive para o infeliz que tiver a ideia de jogá-la. Depois, virá à reação. Se o país atin-gido não tiver condições de reagir, certamente um dos seus aliados fará a mesma coisa com o agressor. O mundo inteiro sofrerá com apenas duas bombas. Mas aí ninguém sabe sobre as securas de disparos de bombas que tomarão conta do planeta.
Tanto brincam com fogo os israelenses, quanto os iranianos. E o pior é que os dois briguentos levarão o mundo com eles, tenham absoluta certeza disso, se a tal bombinha entrar no meio da questão. Em nosso modo de ver, caso Israel parta para destruir as instalações atômicas do Irã, somente, nada estará fazendo. Portanto, achamos que um ataque israelense ao Irã, só terá sentido se for total e com bomba atômica. Aí é onde o anjo vai gemer e o cão fazer a festa. O jogo de palavras entre as duas nações, em desafios constantes, vai esquentando e repelindo o assunto da crise na Europa que parece querer mais espaço com a dívida da Itália e a possível renúncia de Berlusconi. Que coisa, hem! A que ponto chegamos nesse mundo civilizado do Século XXI! Quando filtramos as notícias fumaradas dos dois países em questão, notamos uma vontade guerreira muito maior do que a textura branca da paz. É como se existisse uma ânsia pelos velhos tempos de Davi, Sansão, Golias, Dario, Xerxes e suas aventuras nas areias dos desertos.
Tudo isso, mesmo em pequena proporção, faz lembrar o célebre Floro Novais, um mito em Alagoas, anos 60. É que todos só falam em guerra desprezando a paz. Perseguido por alguns pistoleiros que tentavam emboscá-lo, o esperto oliventino, fazendo certa manobra estratégica por dentro da caatinga, eliminou os dois adversários. Enquanto ainda saía fumaça das armas, Floro advertia em vão a um dos defuntos: “Se não sabe matar, para que se mete! Então morra, peste!” Entre Israel e Irã não será tão simples, mas se querem brigar, um deles poderá até parodiar Floro Gomes Novais: Então, MORRA, PESTE!
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