Na Filosofia a palavra sábio é carregada de sentido. É sabedor, hábil; aquele que sabe o que é preciso fazer. É geralmente aplicada aos sete sábios da Grécia: Tales, Pítacas, Bias, Sólon, Cleóbulo, Míson e Chílon. Mas não é necessário regredir na história e aplicar o termo sabedoria a esses gregos.
Olho d’Água das Flores teve até
o dia 21 de novembro de 2005 um sábio. O professor Valdemar Farias, do Colégio Cenecista Santo Antônio de Pádua, partiu desta vida com uma missão cumprida. Trouxe cultura para a região sertaneja do nosso estado. Exerceu o magistério com amor e dedicação.
Não tive aulas com Seu Valdemar, como era carinhosamente chamado por seus alunos, por muitos anos. Foi apenas no 3º ano de Contabilidade, em 1998. O bastante para perceber o quando este homem sabia conduzir as aulas. Lembro-me que antes de tocar, sinal para entrada do professor na sala de aula, Seu Valdemar já aguardava os alunos na sala.
Aquilo era para nós um horror, pois qual o aluno que não gosta de ficar uns cinco minutinhos conversando com os colegas? Porém, ao mesmo tempo que queríamos um tempinho a mais sem o professor, compreendíamos que a presença dele na sala, naquelas circunstâncias, era o amor pela vocação de professor.
As aulas de 45 minutos, geralmente esse tempo era dobrado, pelo fato de ser duas aulas seguidas, passavam tranqüilamente sem reclamação de nenhum colega. As aulas eram proveitosas, quase sempre estávamos debruçados sobre livros, interpretando textos, fazendo análises sintaxe e analítica.
As aulas de português do professor Valdemar tinham um diferencial. Eram aulas que aprendíamos a aplicar o conteúdo no dia a dia. O sábio do sertão partiu, mas o que ele ensinou ficará para sempre. A obra que ele foi diretor por muitos anos, o Colégio Cenecista Santo Antônio de Pádua, é o ícone da dedicação e amor pela educação. Seu Valdemar é uma personagem inesquecível para a educação em Olho d’Águas das Flores e cidades da região.
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