A escola dos meus sonhos

Augusto Ferreira

A escola é o lugar do saber. Disso ninguém tem dúvidas! Mas quando vamos à escola há outros fatores que nos envolvem: as amizades, os namoros, as disputas, as brigas... mas tudo isso marca a vida de um estudante, esteja ele cursando qualquer um dos graus. O segundo grau parece ser uma etapa em que esses aspectos marcam profundamente.

Lembro-me com muita saudade do colégio dos meus sonhos. Amigos falavam do Colégio Cenecista Santo Antônio de Pádua, de Olho d’Água das Flores, com tanto entusiasmo, que qualquer pessoa que olhasse em meus olhos veria o brilho. Terminei o primeiro grau e segui a carreira escolar. Chegou o meu dia de estudar no Santo Antônio.

Vivenciei três anos da minha vida naquele estabelecimento de ensino. Fiz amizades, que até hoje sinto saudades, estudei, aprendi... Foi no Santo Antônio que percebi que um “mundo” maior me esperava. Isso graças ao seu quadro de professores, que sempre foi um dos mais respeitados na região. Não é por acaso que jovens das cidades vizinhas estudam lá!

Estudar era o principal objetivo, mas quando fazemos parte de “tribus”, aspectos próprios das relações humanas surgem. Então briguei, sobretudo nos trabalhos em grupo. Lembro que na disciplina de Direito e Legislação, do curso de Contabilidade, a briga era se apresentávamos o trabalho de roupa social ou esporte.

A briga foi parar na praça que tem em frente ao colégio. Ora a praça historicamente tem essa denotação de espaço público e de discussão. Um dos aspectos do surgimento da Filosofia na Grécia Antiga remete-se exatamente à praça, visto que a idéia exposta ao público está sujeita a crítica e a refutação.

“Mas não é só de briga que vive o ser humano” e a praça não é lugar só para discussão. É também lugar para se conviver. Se nas aulas não se podia conversar, a praça era o lugar. Mas irmos a praça era conseqüência do que vivenciávamos no colégio. Servia como extensão do saber. Ali firmávamos as nossas amizades.

Aquele prédio amarelo, hoje me parece que é branco, com aquele logo da CNEC na frente, era o sonho de muitos jovens que se interessavam pela cultura. Quem estudou no Santo Antônio leva, sem dúvidas, muitas lembranças e saudades. Claro! na cidade existem outros colégios, mas será que para ir a Maceió “tanto faz pegar a estrada por Palmeira, como por Arapiraca?”.

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