LUIZ VAZ DE CAMÕES
Antonio Machado
Dirá, talvez, um dos meus três leitores, mas para que se escrever, ainda sobre Camões? Ora, os gênios não podem ser esquecidos, porque seus talentos sobrepujam a muitos, e atravessam a varanda do tempo, tornando-se incólumes na história dos homens, propiciando as gerações vindouras, conhecerem a vida do poeta lusitano que se imortalizou na poesia. Nasceu Luiz Vaz de Camões em 1524, em Portugal, sendo seus pais, Simão Vaz de Camões e Ana de Sá, estudou em Coimbra, num mosteiro de Santa Cruz, onde seu tio era o prior, e que certamente, patrocinou seus estudos, não se sabe se Camões concluiu à universidade, porém seus conhecimentos sobrepujaram a tudo, dada sua inteligência privilegiada como dádiva da Calíope (deusa da poesia épica e a eloquência), teve esse vate, uma vida conturbada, envolvendo-se em várias facetas, porém suplantou a todas. Visto Zeus lhe ter dotado do dom da poesia, e na mais alta expressão, Luiz de Camões, a cultivou com garbo, sabedoria e conhecimento causando espanto àqueles que admiravam o dom poético. Seu escrito o imortalizou, tornando-o o maior bardo da poesia épica de seu tempo. Sua obra lírica é grande, tem servido até hoje de estudos, mormente para os admiradores da poesia.Dentre suas obras poéticas, destacam-se Os Lusíadas, Anfitriões, El-Rei Seleuco, e Filodemo (peças teatrais), Colóquios do simples e Drogas e Coisas medicinais da Índia, datada de 1563, porém a obra desse poeta que mais se destacou foi Os Lusíadas traduzidos em vários idiomas. Provavelmente esse parnaso, Os Lusíadas, foi escrito em 1556, trata-se de um trabalho literário histórico, onde o poeta narra a expedição de Vasco da Gama na busca do caminho marítimo para as Índias, toda epopeia foi publicada em 1572, após vários contratempos, cuja obra é composta de 8.816 versos de onze silabas, em forma de oitava, com 1.102 estrofes. Lusíadas vem de luso, originário de Portugal ressalta-se, entretanto, que o conteúdo do trabalho literário, é escrito dentro de uma linha clássica constituindo-se grande para seu tempo. Toda obra está eivada de vocábulos mitológicos gregos, cujos deuses pareciam opinar nas viagens marítimas enfrentando as procelas dos mares bravios tão presentes em suas narrativas, tanto foi assim que, parte de Os Lusíadas, sofreu um naufrágio, registra-se isso na sua conturbada vida. Fora Camões grande leitor dos clássicos, como Augustinho de Campos, José Maria Rodrigues, Afonso Lopes Vieira, Hermâne Cidade, além de outros expoentes da literatura universal esses figurões fluíram muito na formação do poeta, levando-o a se tornar também um clássico monumental da cultura, pois sua obra Os Lusíadas, está dividida em dez contos, que dada sua verve é comparada a Virgilio, Dante, Cervantes, Shaekespeare. Esse gênio da poesia veio a falecer no dia 10 de junho de 1580, com apenas 60 anos de idade, no hospital, pobre e abandonado. As estrelas também brilham na lama.
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