No início deste ano, a comunidade alagoana passou a ter acesso a mais um produto de pesquisa desenvolvida a partir do Instituto Federal de Alagoas (Ifal). O aplicativo E-lixo (PCI e componentes eletrônicos) foi disponibilizado no Google Play como mais uma alternativa para solucionar um problema vivido por moradores da capital alagoana: o descarte correto de material eletrônico, facilitando aos usuários encontrar os locais de destinação do mesmo.
Amplamente utilizados pela população, os aparelhos eletrônicos tornaram-se também uma ameaça, por apresentarem em sua composição metais nocivos ao meio ambiente, como chumbo, cádmio e mercúrio. Estes componentes estão presentes em materiais do nosso dia a dia, como computadores, smartphones e modens; quando descartados, de forma errada, eles acabam por contaminar o solo e têm impacto direto sobre a vida dos seres humanos.
O alerta é da professora do curso de Eletrônica do Campus Maceió, Adriana dos Santos Franco, que em no Mestrado Profissional Análise de Sistemas Ambientais, em andamento, realizado no Centro Universitário Cesmac, criou aplicativo que tentou auxiliar a população com informações sobre a legislação e a destinação correta dos resíduos.
“O meu aplicativo é voltado para conscientização e educação ambiental e mostra os componentes químicos que existem nas placas e nos componentes e porque elas são nocivas”, resume a docente.
O E-lixo está disponível para os usuários do sistema operacional Android. Nele, é possível se informar não apenas sobre os prejuízos ocasionados pelo descarte errático do material eletrônico, como também encontrar o local mais próximo para a destinação sustentável do mesmo, com a disponibilização dos endereços de pontos de coleta.
A docente relata que, apesar de ainda estar em desenvolvimento, já é possível aos usuários se informarem sobre a forma mais prática da destinação dos mesmos.
“Fiz uma pesquisa e como estávamos em plena pandemia, com tudo fechado, só obtive respostas de uma das empresas contatadas, que foi a Biodigital”, explicou.
Adriana lembra que foi a partir das limitações impostas pela disseminação da Covid-19 que teve que adaptar-se para a formulação de uma proposta que não necessitasse o contato direto com o público, no entanto, ainda mantivesse a ideia de atender às demandas da comunidade.
“Foram desenvolvidos dois projetos: o inicial era denominado ‘A importância da educação ambiental no descarte de resíduos eletrônicos dentro de uma instituição de ensino técnico em Maceió’. Ele tinha como objetivo avaliar a importância da Educação Ambiental na redução dos resíduos eletrônicos em uma instituição de ensino técnico em Maceió. Esse projeto foi apresentado a uma banca, onde foi aprovado, e com isso foi iniciado a coleta de componentes eletrônicos e placas de circuito impressos completas. Esses resíduos ficavam dentro do laboratório de projetos e no almoxarifado do curso de Eletrônica”, detalha a professora.
Ela recorda que este primeiro projeto chegou a ser submetido à aprovação do Comitê de Ética, para que os alunos do curso de Eletrônica pudessem responder a um questionário sobre o lixo eletrônico, no entanto, as atividades não puderam ser aplicadas, já que as pesquisas de campo haviam sido suspensas em razão da pandemia.
“Diante disso, foram realizadas reuniões com a orientadora e co-orientador, onde foi definido um novo projeto que pudesse ser executado, mesmo com a ausência de aulas presenciais. E com isso, foi pensado outro projeto com objetivos parecidos, só que com metodologia diferente. Ele foi denominado ‘Desenvolvimento de um aplicativo para conscientização ambiental no descarte de placas de circuito impresso e seus componentes eletrônicos’, tendo como objetivo desenvolver um aplicativo para conscientização ambiental no descarte de placas de circuito impresso e de seus componentes eletrônicos”, comenta a docente, sobre o início do E-lixo.
Orientada pela professora Adriane Borges e coorientada pelo professor Cleumar Moreira, Adriana já vinha compartilhando suas experiências de pesquisa no meio acadêmico, por meio de congressos e publicações, no entanto foi a partir da prototipagem e programação do aplicativo que ela pode ampliar a discussão para toda a população.
Antes de ser disponibilizado na plataforma do Google Play, o E-lixo foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Para ter acesso a ele, basta acessar o Play Store e baixar o aplicativo. “Agora estou melhorando o aplicativo para poder liberar para todo Brasil o mais rápido possível”, pontuou.
Iniciativas do Ifal facilitam informação e destinação correta de lixo eletrônico em Alagoas
EducaçãopOR Departamento de Comunicação e Eventos - Ifal 29/06/2021 - 15h 48min Assessoria
Extensão e aplicativo desenvolvidos na instituição estimulam a coleta de resíduos sólidos
Unidade de Maragogi tem centro de coleta de e-lixoPara alunos e servidores do Campus Maragogi, a coleta seletiva de material eletrônico já é uma prática conhecida. É que o projeto de “Extensão Metarreciclagem e gestão ambiental de resíduos sólidos”, vem sendo desenvolvido desde 2018, quando a unidade passou a receber materiais como pilhas, baterias, smartphones, gabinetes, monitores, fios e cabos. Desde então, lá eles passam por uma triagem e são destinados para empresa Biodigital, sediada em Maceió.
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