Analista acredita em eleições sem grande renovação política em Alagoas

Política

Por Larissa Bastos | Portal Gazetaweb.com

Pouca renovação. Esse deve ser o cenário para as próximas eleições de outubro, pelo menos na visão do analista político Marcelo Bastos, que acredita em poucas mudanças no modo de se fazer política em Alagoas. Para ele, tal conjuntura é ainda mais acentuada nas disputas pelos cargos de deputados federal e estadual.

Na Câmara dos Deputados, onde o Estado tem nove cadeiras, dois dos parlamentares estão fora: Cícero Almeida, que tenta a Assembleia Legislativa, e Maurício Quintella, que se lança ao Senado. Mas, mesmo com a atualização de alguns nomes, as transformações não devem ser drásticas.

"Podemos até mudar alguns nomes, mas não vamos mudar a prática política. Você não vai ter uma renovação substancial na forma de fazer política. E temos candidatos tentando suas reconduções ao cargo de deputado, com Ronaldo Lessa, Marx Beltrão, JHC. Todos esses estão pleiteando de novo e são candidatos fortíssimos", diz.

O analista lembra a chegada de outros concorrentes. "Teremos outros nomes fortíssimos, entre eles Heloísa Helena, Isnaldinho Bulhões e Sérgio Toledo. Os dois últimos hoje são deputados estaduais fortes no pleito. Teremos a renovação de alguns nomes, mas com a mesma linha de atuação politica, então a renovação será mínima".

Um aspirante à Câmara que pode surpreender, acredita Marcelo, é Severino Pessoa. "O Severino é do Agreste e é o único candidato que é realmente da terra de Arapiraca, por isso é fortíssimo candidato. Poderia ser uma das novidades para esse pleito", aponta ele.

Assembleia

O cientista político vê um cenário parecido na Assembleia Legislativa. De acordo com ele, nas eleições de 2014, 70% dos deputados renovaram seu mandato e isso deve acontecer também agora, principalmente pelas características do pleito, que será mais curto e com menos dinheiro de financiamentos.

"Aqueles deputados de quatro, cinco mandatos, provavelmente serão reeleitos. E a gente tem que lembrar que essa eleição será curta, com 45 dias nas ruas e 35 de guia eleitoral. Isso e a limitação de dinheiro vão privilegiar os que já têm mandato e os partidos com mais estrutura, privilegiando os grandes em detrimento dos pequenos".

Segundo o especialista, esses serão alguns dos fatores que tornarão pequena a renovação na Casa de Tavares Bastos. O outro é a própria participação do eleitor, que, cada vez mais cético com a política, vem deixando de participar do processo de escolha dos "representantes do povo".

"A sociedade reclama que os políticos são decepcionantes, mas na hora de votar muitas vezes vota nulo, em branco, se abstém. Depois não pode protestar que os que se elegeram têm práticas que a gente condena. Quando o eleitor quer renovar, ele tem que procurar entre os candidatos aqueles que vão defender as propostas que ele acha ideais, os que têm uma história limpa. Votar branco e nulo não resolve o problema", ressalta.

Senado

Para o Senado, Marcelo Bastos acredita que a disputa será acirrada, com quatro nomes fortes tentando as duas vagas abertas agora. São eles Renan Calheiros e Maurício Quintella, pela coligação entre PMDB e PR; Benedito de Lira, que concorre pelo PP, e Rodrigo Cunha, pelo PSDB.

"Temos quatro candidatos em potencial, sendo dois candidatos de mandato, que são Renan e Benedito de Lira, fortíssimos. Temos também agora o Maurício Quintella, que está em dobradinha com o Renan Filho e vai tentar colar a imagem dele com a estrutura do Estado", opina.

Para ele, Quintella tem grandes chaces de um bom resultado. "É um fortíssimo candidato porque é apoiado não só pelo Renan Calheiros, mas pelo governador, que vai ter à disposição a máquina administrativa do Estado", destaca o cientista político, acrescentando que Rodrigo Cunha corre por fora.

Eleito com mais de 60 mil votos em 2014, sendo cerca de 50 mil em Maceió, o atual deputado estadual foi o mais votado no pleito de então e é uma opção consolidada para os eleitores. "Ele vai ser um forte candidato, principalmente nas grandes cidades de Alagoas, com grandes colégios eleitorais, como Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Penedo. Acho que, nesse momento, a eleição para o Senado está imprevisível".

Governo

Já para o Governo de Alagoas ele vê uma situação oposta, com Renan Filho desapontando sozinho no páreo. A única ameaça viria, segundo o analista, caso alguma opção de mais peso político surgisse nas convenções a serem realizadas no domingo (5).

"A eleição para o governo está praticamente consolidada, com a vitória do atual governador, porque, até o presente momento, não temos um candidato à altura. Ele está bem avaliado e com a máquina do Estado, então seria uma eleição quase por aclamação. Se a oposição não tiver um candidato, a situação de Renan Filho é tranquila".

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