Manifestação teve objetivo de conscientizar moradores para a violência e relembrar os serviços prestados pelos policiais no Sertão.
Familiares de dois policiais rodoviários federais mortos em serviço no Sertão de Alagoas realizaram neste sábado (20) uma manifestação no município de Santana do Ipanema.O ato foi realizado por Léo e Larissa, filhos do policial Luiz de Gonzaga Pereira Santos, morto no ano passado e contaram com o apoio da enfermeira Sibele Arroxelas filha do PRF Jair Queiroz morto há 26 anos. Os PRF´s eram santanenses e acabaram sendo vítimas quando atuavam na região.
A manifestação contou com apoio de amigos dos familiares vindos de Maceió e santanenses que se solidarizaram com a causa e também da imprensa local.
Na manifestação também foi lembrado o nome do PRF Carlos Alberto de Oliveira Silva ? Germano que também foi assassinado.
Num trio elétrico a manifestação percorreu algumas ruas de Santana do Ipanema indo até o largo do Maracanã, passando pelo Centro da cidade. Larissa e Sibele se revezaram conclamando a todos para a causa. A todo instante Larissa afirmava que ia até o fim para que a justiça seja feita de forma justa, limpa e legal para o acusado que vai a júri popular na próxima terça-feira (23). Sibele por sua vez destacava que no seu caso um dos acusados do crime de seu pai nunca foi a julgamento.
Os manifestantes conclamavam a comunidade santanense que fosse ao Fórum Desembargador Hélio Rocha Cabral de Vasconcelos no dia do julgamento e distribuíram panfletos com o texto abaixo:
Luiz de Gonzaga Pereira Santos
✩ 13-07-1951 - ✞ 10-05-2015
O Policial Rodoviário Federal Luiz de Gonzaga Pereira Santos, alagoano, natural de Olivença, adotou como sua terra do coração o município de Santana do Ipanema, onde viveu sua infância e juventude, anos após de casado foi morar na capital alagoana.Em 26 de setembro de 1979 ingressou na Polícia Rodoviária Federal (PRF) trabalhando sempre no estado de Alagoas.
No ano de 1988, ainda no extinto Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER), foi chefe do setor de transportes de pessoas e bens, onde também, anos depois, assumiu a chefia do setor de roubos e furtos de veículos e bens.
Já na década de 90, ele esteve a frente do núcleo de policiamento e fiscalização da delegacia de Palmeira dos Índios, no sertão de Alagoas.
E foi no sertão alagoano, que passou a maior parte dos seus 35 anos de exercício dentro da Polícia Rodoviária Federal, onde prestava seus serviços com grande amor, dedicação, atuação e solidariedade ao povo sertanejo, onde foi reconhecido por muitos como grande amigo e exemplo de homem. Naquela região, também, deu o seu último plantão.
Foi executado aos 63 anos de idade e já podendo estar aposentado, mas havia optado por continuar servindo à sociedade, função a qual exercia com grande amor, compromisso, dedicação e respeito, ajudando principalmente, ao longo de sua vida profissional, às pessoas do alto sertão. Na sua partida, deixou esposa, três filhos e um neto, o qual não chegou a conhecer.
Como símbolo de reconhecimento e gratidão por todos os serviços prestados com bravura, respeito e dedicação à sociedade, o PRF Luiz de Gonzaga Pereira Santos foi condecorado na Galeria de Heróis, como o primeiro policial a receber a Medalha Estrale Alva, no dia 24 de julho de 2015, em Brasília-DF, dentre inúmeras homenagens prestadas por familiares, colegas de profissão e amigos.
Relembre o caso
No dia 10 de maio de 2015, no domingo comemorativo do Dia das Mães, por volta das 21h, uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estava atendendo a um acidente com duas vítimas fatais,, na BR 423, em Ouro Branco/AL, Sertão de Alagoas. Os policiais haviam isolado o local para preservar a cena até a chegada do Instituto Médico Legal (IML/AL) quando o curioso Jeová Rodrigues de Lima se aproximou dos corpos e começou a mexer em seus pertences.O agente da PRF, Luiz de Gonzaga Pereira Santos, pediu para Jeová Rodrigues de Lima, com 65 anos na época, se afastar das vítimas. Contrariado Jeová puxou um revólver calibre 38 de sua cintura e disparou contra o policial, que foi atingido nas costas e morreu a caminho do hospital.
Jeová, ainda tentou fugir, mas foi capturado pela própria PRF na mesma noite do crime. Ele foi preso e conduzido para a sede da Polícia Federal (PF) na capital, Maceió, que ficou encarregada de concluir o inquérito policial.
Quando foi assassinado, Luiz tinha 63 anos de idade e 35 anos de serviço. Deixou esposa, três filhos e um neto, o qual nasceu pouco tempo depois, recebendo, como homenagem o nome do seu avô paterno.
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