OUTRA CHEIA DO RIACHO CAMOXINGA

Poesias

M. Ricardo-Almeida

1 parônimo e 2 destinos
(viva à Poesia Libertária)


E no riacho Camoxinga,
agora cedo, repare isso
em Santana do Ipanema:
cheio riacho Camoxinga;
volume d'água correndo;
vai, corre-água-disparada
em Santana do Ipanema.

Em lugar de mata ciliar
há gente-casa-comércio;
o povo pasmo pergunta:
Como pode acontecer?
Desmatamento começa
antes que se possa ver.

Na feira vaso sem vazo
é apreçar sem apressar,
arrocha quando arroxa
só se serrar sem cerrar;

mexe a cauda e a calda
o conselho ao concelho
vai do estrato ao extrato
se for ao paço no passo;

a descrição há discrição
se discente for decente
e eminente for iminente;

se imergir não é emergir
e inflação não é infração
ou se recrea ou se recria.

Santana do Ipanema:
nossa cidade literária.

Poema cantando loas:
Viva à Poesia Libertária.
Se alguns falam sintássi,
se há quem fale sintaksi.
E que bicho é a sintaxe?
É um em dois, diciendi:
Se parataxe coordena,
hipotaxe subordina-se.

Sintaxe só dó, mi, fá, sol
em Santana do Ipanema.

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