Conhecer toda beleza da vida
Helena ainda menina queria
Degustar as belezas do pomar
Com os animais dividia
As manhãs feitas para saborear
Perambulava, cantava, dançava, tagarelava
À luz do sol disposta amanhecia
Entre açudes, riachos e lagoas, meditava
E por que não dizer devaneava
Entre as roças, as matas e as florestas
Apanhava o algodão que podia
De lá já explorava toda geografia
Desafiava os mais sérios professores
E dos mais competentes contestava
Para ela o que importava eram os amores
Os amigos da natureza que conquistava
Comiam em sua mão os passarinhos
Eles vinham todo dia e voltavam
De um por um eram nomeados e amiguinhos
Terra por terra, bicho por bicho se comunicavam
A natureza era o livro que estudavam
As palavras ela queria conhecer
Para em público não se engasgar
Na escola de Dona Cornélia
Engoliu duas letrinhas sem saber
Que os outros iam gargalhar
Estabeleceu para “estabeleu”
Com essa vergonha a relembrar
De tudo isso não esqueceu
Helena conheceu a avó Joana
Sinhá boa de bons princípios
Dela um chocolate ganhou
Não gostou e a ele deu sumiço
Em um oco de uma árvore colocou
Enquanto ninguém olhava escondeu
Helena amava a natureza e os bichos
Quando ficou mocinha se enamorou
Candidatou-se à rainha da casa
Dela e do seu grande amor
Helena e Sebastião se amaram
Viveram bem para contar
Que dos frutos do seu amor
São dez filhos a comemorar
90 anos de idade
Da menina que um dia
Amou tanto a natureza
Da beleza que irradia
Família grande na mesa
Sempre repleta de alegria
Helena singela mocinha
Em seu tempo de cinderela
Tinha obrigações a cumprir
Mas não esquecia que só ela
Poderia construir e realizar sonhos
O sonho de ser feliz
Comentários