CAMÕES EM SANTANA

Crônicas

Lúcia Nobre

Conheci Camões na casa de dona Santinha e seu Aloisio Firmo pais de Petrúcio Melo, Socorro e Lula, na rua dos Machados em Santana do Ipanema/AL. Costumávamos entrar nas casas dos vizinhos sem bater. As portas até ficavam abertas. “Reflexão para os dias de hoje”. Bom, entrei e fui direto para uma sala pequena, onde havia livros. Olhei-os e peguei “Camões”. Comecei lê-lo. Ou melhor, notei diferente. Poesias escritas em ordem inversa. E pensei. Acho que vou fazer poesia. Ao mesmo tempo disse. Mas, é muito difícil. Depois de muito investigar a poesia de Camões, falei com dona Santinha que estava em sua máquina de costura, lá no fim da casa e fui embora. Dona Santinha estava acostumada com meus passeios na sala dos livros. Abrindo um parêntese, na casa de (Cina), outra vizinha, dona Alcina, mãe de Val, Quitéria, Expedita, era diferente, eu entrava e a encontrava logo, estava costurando na sala. Mesmo costurando, conversávamos. Voltando a Camões e seus poemas, mesmo em ordem inversa, inspiraram-me.

Alma minha gentil, que te partiste

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Obs: Luiz Vaz de camões, poeta português (1524-1580).

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