“...o Juízo é de Deus” (Deuteronômio 1.17)
O Novo Testamento não deixa a menor dúvida de que o julgamento que espera os homens não regenerados está carregado das mais amplas conseqüências. Paulo fala de certas coisas pecaminosas em Romanos 1, e então diz que a sentença de Deus é que "são passíveis de morte os que tais coisas praticam" (Romanos 1.32), pois o "salário do pecado é a morte" (Romanos 6.23). Jesus falou de alguns que sairiam das sepulturas "para a ressurreição do juízo". O escritor de hebreus diz que "se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo" (Hebreus 10.26,27). Embora possamos estar certos de que a misericórdia de Deus chega até onde pode chegar, não podemos estar cegos para o fato de que o julgamento final é sério, seriíssimo.
Para nossa geração, isso é praticamente inacreditável. Parece certo para as pessoas que esse Deus de amor liberte ou libere todos os homens do julgamento. Mas não é isso que as escrituram ensinam. Essa idéia de inferno, juízo e condenação eterna não soa bem na mente dos seres humanos e talvez nunca foi bem recebida, pois as pessoas preferem acreditar na inexistência de qualquer possibilidade desses acontecimentos depois da morte ou num futuro mesmo que distante.
Outra crítica contra essa seriedade do juízo final é que não se leve a sério o significado do amor de Deus aos seres humanos. As pessoas tendem a imaginar que um Deus de amor não seria capaz de tal ato "cruel" ou "doloroso demais" que seria "lançar seus filhos no inferno". Essa imagem equivocada dos atributos de Deus têm levado as pessoas a um erro fatal: não conhecem os atributos da justiça, ira, santidade de Deus, desconhecendo completamente que um Deus de amor não pode suportar a iniqüidade dos homens perversos que fazem do pecado sua diversão.
Se há algo sério e merecedor de toda reprovação e castigo, isso se chama pecado. O pecado praticado é, contra o amor de Deus e é o mais hediondo dos pecados, pois atinge a Sua santidade. Na Bíblia a recompensa definitiva do pecado é a condenação divina.
A ira de Deus é a expressão desse julgamento que virá. A ira de Deus não somente se faz presente hoje, conforme visto em Romanos 13.4,5, mas ela é para o amanhã, para o futuro próximo. Em Romanos 2, a idéia do dia do julgamento mistura-se com a da ira vindoura. Na verdade, aquele dia é "o dia da ira" (Romanos 2.5).
Se Deus é um Deus moral, certamente tomará atitudes enérgicas em oposição ao mal e ao pecado. A ira de Deus é uma conseqüência necessária de Sua santidade, retidão e amor. Juntamente com isso, devemos ter em mente que todo o peso do julgamento e da ira de Deus caiu sobre Cristo (Romanos 3.24 e seguintes; 2 Co 5.21). É exatamente no contexto do julgamento que se deve entender o sacrifício. Se Cristo suportou um julgamento tão pesado, "como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?"
(Hebreus 2.3).
Pense nisso!
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