“A quem, pois, hei de comparar os homens dessa geração? Com quem se parecem? São como crianças sentadas numa praça, a se desafiarem mutuamente: ‘Nós tocamos flauta, mas não dançastes! Nós entoamos lamentações, mas não chorastes!’ Com efeito, veio João Batista, que não come pão e não bebe vinho, e dizeis: ‘O demônio está com ele!’ Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: ‘Eis aí um glutão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores’. Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos”. (Lc 7,31-35)
Impressionante as especulações a respeito da renúncia de Bento XVI. Foi deixado de lado seu direito de renúncia, o que já é previsto na própria lei da Igreja. Não oi considerada a saúde do próprio pontífice, sua liberdade de tomar uma decisão pensando no melhor, não somente do ponto de vista individual, mas também coletivo...
Muitos expressam sua opinião, mas quem conhece de fato, entendendo por conhecer não somente o que se ouve, vê ou lê, principalmente pela mídia televisiva e pela rede mundial, mas, vive como “membro do corpo que é a Igreja” (1Cor 12,4-30), sabe que existe por traz de tais opiniões interesses dos mais diversos. E por que não dizer adversos? Além do mais, quaisquer que sejam as opiniões, estão elas sempre permeadas dos conceitos e preconceitos daqueles que as emitem.
É do conhecimento de todos que existe um anticlericalismo acentuado na mídia atual. É também visível que a preocupação maior não está no informar, mas no “vender” uma imagem, uma opinião, uma mentira; trazer “dividendos” a quem critica. Se um leigo cristão católico ou um membro do clero ri, ‘está debochando ou sendo conivente com algum “erro”’; se chora ‘está com remorso de algo que possa ter cometido’... Se faz algo de positivo que não possa ser explicitamente contestado, afirmam que ‘fez porque era obrigação’ ou ‘para justificar alguma coisa’. Se comete um erro é esquecido o lado humano e explorado inconsequentemente o fato em si, generalizando a toda igreja. Se isso fosse uma verdade, quando numa família de “n” pessoas, uma cometesse um delito, toda família teria que ser julgada e, condenada, deveria responder pelo erro, o que é juridicamente e existencialmente um absurdo.
Entre o querer aparecer e o criticar por criticar, a impressão que se tem é que, em se tratando da renúncia de Bento XVI, a maioria das críticas esconde um “desejo inato” a todos os críticos de “mente obtusa” de que alguém que possui um “poder temporal” tão grande jamais pudesse abrir mão dele. Não admitem conscientes ou inconscientes, que existam pessoas capazes disso. Mas existe! E uma dessas pessoas era detentora desse poder e tem um nome: chama-se Bento XVI, que iluminado pelo Espírito Santo de Deus, num gesto incomensurável de humildade, obediente a Jesus Cristo e sua Igreja tomou a decisão que foi melhor para sua vida e a Igreja.
Resta-nos rezar por nós, pela Igreja, por aqueles que estão distantes da fé. Resta-nos continuar com o mesmo desejo de Jesus: lutar para que haja um só rebanho e um só pastor: Jesus Cristo!
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