NOSSA BEBIDA DE CADA DIA...

José Vaneir Soares Vieira

"Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos vermelhos?” (Provérbios 23.29).

Ser há algo que causa mais desgraça às vidas, ele se chama álcool, nome genérico para designar qualquer bebida alcoólica. A Bíblia lhe dá o nome de “bebida forte”, referindo-se ao vinho ou bebida fermentada capaz de embriagar.

Somos uma geração do álcool, de pessoas que vivem para beber e bebem para viver. Há uma verdadeira apologia à bebida, uma propaganda maciça, bonita, bem desenhada (com mulheres), induzindo as pessoas, inclusive crianças e adolescentes ao maldito vício da bebida.

John Fielding (1721–1780) se refere à bebida alcoólica, dizendo que é “um líquido incendiário, por intermédio do qual os homens bebem o inferno antecipadamente”. E se referiu aos comerciantes de bebidas como “os principais funcionários do rei do terror” e declarou que eles (fabricantes e comerciantes) “enviaram mais pessoas para a morte do que a espada e as pestes”. Ora, os fabricantes de bebida da sua época não tinham menos consciência do que os fornecedores de bebidas de hoje. E quem se importa com o fato de que os seus lucros (deles fabricantes) têm deixado um rastro de lares destruído e pessoas infelizes? Quem se importa se usam o sangue dos adolescentes, jovens e adultos como argamassa e os ossos das crianças para construírem as suas mansões e seus impérios? Ora, eles vivem muito longe da miséria que provocam para conseguir ouvir o praguejar e as maldições que saem das gargantas dos alcoólatras às portas da morte.

Ah! São milhares que o trânsito mata, sendo 42.000 por ano ou 65 pessoas por dia ou 723 acidentes por dia. O sangue de milhares de criancinhas, jovens e adultos é derramado em nossas ruas e nos asfaltos das cidades e estradas de nosso País. Filhos ficam órfãos, famílias são destruídas, mulheres ficam viúvas, porque a maldita bebida foi a causa de uma matança que não acaba nunca, porque a bebida está na mão de homens e mulheres irresponsáveis e a direção na outra.

Os fabricantes de bebida têm orgulho de seu produto. Ora, esses fomentadores de morte e desgraça escondem seus milhões de humanos miseráveis que lotam as prisões e as centenas de milhares de sepulturas preenchidas antes da hora, porque o vício maldito da bebida antecipou suas mortes. A bebida nada mais do que o “manjar do inferno”, como denominado pelos pregadores do passado e que é engarrafada e disfarçada com um montão de mentiras, belamente apresentada pela televisão e outros meios. É um demônio que tem matando gente todo o dia.

Salomão faz uma descrição perfeita, atual e chocante do efeito da bebida alcoólica sobre a mente da pessoa. Veja: “Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando vinho misturado. Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. No fim, picará como a cobra, e como o basilisco (cobra) morderá. Os teus olhos olharão para as mulheres estranhas, e o teu coração falará perversidades. E serás como o que se deita no meio do mar, e como o que jaz no topo do mastro. E dirás: Espancaram-me e não me doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei? aí então beberei outra vez.” (Provérbios 23.29-35). Essa descrição é a realidade presente nas famílias, nas ruas e nas estradas de nosso País.

Não interessa às grandes Empresas que fabricam da nº 1 até a 51 o que vai acontecer àqueles que se tornam viciados e ébrios pelo uso moderado e imoderado da bebida ou às milhares de outras pessoas. A eles só interessa o lucro. Por que investir milhões em propaganda na televisão, especialmente? Por que financiar clubes, patrocinar jogadores, gastar abusivamente com a marca? Porque o retorno financeiro é certo, visto que milhões de homens e mulheres estarão consumindo saborosamente o “manjar do inferno” e deixando por outro lado não somente filhos sem pão, mas também se preparando para matar vítimas inocentes, crianças, pais de famílias, trabalhadores, que estarão voltando para suas famílias, e que serão assassinados no meio do caminho.

Há uma certeza ante esse pecado diariamente praticado por aqueles que sobrevivem do sangue que escorre nas ruas de nossas cidades: a punição de Deus será rigorosa. E àqueles que vivem saboreando dia a dia essa maldita bebida, fica a severa advertência de Deus para suas vidas: Ele não terá por inocente o que foi irresponsável com sua própria vida.

Pense nisso.

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