QUANTOS ANOS O SENHOR TEM?

Pe. José Neto de França

É de minha natureza “causar”, não para desafiar no sentido negativo, mas para passar alguma mensagem que seja construtiva, no que diga respeito ao que eu possa estar fazendo em um determinado momento, ou ao ser questionado sobre algum assunto ou tema, etc.

Há alguns dias, um amigo que gosta muito de resenhar comigo, sabendo que meu aniversário estava próximo, ao ver minha barba branca, me perguntou:

- Padre! Quantos anos o senhor tem? Já passou de meio século?

Lembrando Millôr Fernandes que disse: “Aniversariar é uma festa pra te lembrar do que resta”, e também Galileu Galilei que, certa vez questionado sobre a sua idade ele, em evidente contradição com sua barba branca disse ter oito ou dez anos; com a mesma ironia que meu amigo me fez a pergunta disse-lhe:

- Dez, vinte anos... não sei bem...

Meu amigo riu e falou:

- Ôxe! Não entendi!

- Também ri e expliquei utilizando as mesmas justificativas de Galileu Galilei:

- Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais.

De fato, o tempo corre a nossa revelia. Com ele parte daquele que nos foi concedido por Deus. Aproveitar bem esse tempo faz-se necessário. Mas aproveitar de forma construtiva, tal que não traga transtornos nem para mim e nem para os outros, independentemente de quem sejam esses outros.

Importa para mim, o tempo presente. O passado já se foi. Não volta jamais. O que foi bom, ótimo! O que foi ruim, serve para tirar lições de vida.

Já o hoje, este sim, deve ser bem aproveitado. Afinal, esse tempo que ainda resta, será bom ou ruim conforme possa vivê-lo no presente.

Para mim, o tempo é só um detalhe no existir humano.

Ele, o tempo pode e deixa marcas no meu corpo, mas não necessariamente na minha alma...

Ser ou não ser feliz não depende de quem quer que seja, mas apenas e tão somente de mim mesmo!

Sendo assim, “bora” ser feliz...

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