Se a depressão é um mal tão presente no mundo atual, em tempo de pandemia ela se acentua ainda mais.
O isolamento necessário, pelo menos do grupo de risco – crianças, idosos, pessoas que passaram por procedimentos cirúrgicos de grande porte ou com problemas cardíacos, respiratórios, renais, etc – tem elevado o índice de pessoas depressivas ou com graus de ansiedade que fatalmente se transformará em depressão.
Sendo eu um sacerdote, tenho atendido algumas pessoas ou conversado com famílias onde essa chaga social está se fazendo presente.
Sabe-se que a ociosidade e a falta de atenção, principalmente dos nossos familiares e amigos pode nos levar a esse desacerto existencial
Quantas vezes nos deparamos, como por exemplo, com doentes e/ou idosos que vivem espacialmente próximos (na mesma casa), mas que a falta de atenção, principalmente no que diz respeito a inclusão social os deixa como “presentes/ausentes”, ou seja, apesar de estar residindo num mesmo local, são isolados no canto de uma sala ou em um quarto e os demais membros da família os ignoram, agindo como se eles não estivessem ali.
Somado a isso, a falta de comunicação e incentivo dos próprios familiares faz com que esse “grupo de risco” tenda a isolar-se cada vez mais.
Há um ditado que diz que “mente vazia é oficina do diabo”. E é em todos os sentidos! Pensar tolice ou não pensar nada é um grande alimento para gerar ansiedade e depressão.
Para ajudar a evitar esse vazio que posa resultar em ansiedade, depressão e em casos extremos morte, seria interessante que:
1 – Cada pessoa começasse a ver pai, mãe, filho, filha, irmão, irmã, avô, avó... independentemente da faixa etária ou condições de saúde, como uma extensão de si mesmo;
2 – Haja uma constante interação entre os membros da família, procurando uma valorização do potencial de cada um, levando em consideração seu estágio natural da vida;
3 – Sejam os membros das famílias incentivados e lutar pela vida, respeitando também seu estágio natural. Exemplo. Uma pessoa de 70 anos, naturalmente, não poderá fazer algumas coisas que fazia quando tinha 20 anos, mas, certamente que tem potencial para outras atividades inerentes à sua idade;
4 – Procure programar alguma atividade onde possa envolver todos os membros da família;
5 – Na falta do que fazer, invente, crie, recrie... A incapacidade de criar, por vezes, não está relacionada ao Alzheimer, mas a falta de exercício do pensar. Nossa inteligência se desenvolve de acordo com o nosso querer. Assim como nosso corpo precisa de exercícios regulares para que seja saudável, o mesmo se aplica a nossa inteligência;
Essas são apenas algumas dicas para que procuremos nos manter ativos, capacitados para a vida e não para a morte.
Lembre-se de que a vida, naturalmente já é um risco, mas esse risco será maior ou menor segundo nossa própria vontade/escolha/atitude...
Defender a vida do outro e a própria vida faz-se necessário!
Enigmas da vida...
EGO, ME IPSO!!!
[Pe. José Neto de França]
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