Há quatro referências, uma eterna e três temporais, que o homem tem que levar muito a sério para que possa se manter no foco do seu existir, sem se perder nas entrelinhas do que o mundo exterior coloca à frente dele e no seu próprio mundo interior (consciente, inconsciente e porão da consciência): Deus, sua família, seu lar (casa) e ele próprio, o homem.
Deus por ser ele o início, e o fim! O tempo e a eternidade! Razão primeira e última do existir humano. Deus é o principal referencial do homem. Criado à Sua imagem e semelhança, o homem ao se afastar d’Ele faz da sua vida uma tragédia; joga fora a graça divina e abraça a desgraça mundana.
Também, por ser limitado, o homem em seu itinerário passa, independentemente de sua vontade, por momentos de luzes e de sombras. Em alguns dos momentos de “sombras”, ele se dá conta de toda sua fragilidade, e, humanamente sabe que se não perceber a presença de Deus e confiar nele, poderá ser seu fim temporal. Além do mais, se o homem não o procura com frequência na alegria e na dor, na saúde e na doença..., certamente que não confiará, de verdade, n’Êle e consequentemente o “perderá de vista”. E tem mais! Do ponto de vista cristão, se o homem perder o contato com ele no tempo e no espaço, também O perderá na eternidade.
Em outras palavras, se o homem se originou d’Ele, tem que viver com Ele, para morrer com Ele e assim dar continuidade a sua vida com Ele na eternidade.
A família, é o maior referencial temporal. É a primeira Igreja, a primeira escola, a primeira sociedade. Nela o homem exerce, por primeiro, o que vai viver na sociedade maior, no mundo a sua volta.
Seus amigos e amigas, por mais próximos que sejam, não são como os membros de sua família. Claro que falo aqui de uma família que seja administrada com equilíbrio. Uma prova disso é que se o homem está em algum lugar que não conheça ninguém, e ele se sinta inseguro, se um amigo aparecer ele se sente mais fortalecido, mas se aparece um membro de sua família ele se sente bem mais feliz. Nada supera está no meio de familiares.
O lar, é o seu espaço geográfico, seu território, seu porto seguro.
Outro dia, navegando pelas redes sociais, li uma mensagem que dizia mais ou menos assim: “se você reclama por que não tem para onde ir num fim de semana, pior é quem não tem uma casa para voltar.” Ora, por mais que o homem ande, rode o mundo; por mais que ele tenha condições de estar “aqui” ou “acolá”, bem à vontade mesmo ele só vai se sentir quando estiver em sua casa, seu território, santuário, porto seguro...
É na sua casa que o homem se sente mais íntimo de si mesmo, de sua família. A partir do momento que ele entra em seu lar, os outros tornam-se apenas e tão somente outros; não no sentido do desprezo ou do abandono do outro, mas no sentido de que no seu “território”, no seio de sua família, e alicerçado na sua confiança em Deus ele se vê como um ser completo, mesmo incompleto.
O homem! Sim! Ele, o homem, pela inteligência, alicerçado pela fé, humanamente deve descobrir-se. Conhecer o máximo possível sobre si: suas qualidades, seus defeitos, seus limites, seus pontos frágeis... A proporção que ele vá conhecendo a si mesmo, vai entendendo melhor o mundo a sua volta.
Na verdade, ele possui um mundo interior que deve ser instigado constantemente para que ele se motive a interessar-se pelo mundo exterior, instigando também a este. Suas vitórias ou suas derrotas dependem disso.
Consciente ou não ele sente a necessidade do outro. Isso é natural ao ser humano. Mas se ele não trabalhar, aceitar, respeitar e amar a si mesmo, tal qual ele é a cada momento, pois vive num constante devir, jamais vai aceitar, amar, respeitar o outro.
Todas as outras referências temporais vêm depois e são consequências de o saber administrar na sua vida a presença de Deus, da família, do lar e de si mesmo.
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