“O AMOR É DADO AO SER, NÃO ÀS SUAS ESCOLHAS”

Lendo um pequeno texto nas redes sociais, minha atenção focou na frase: “O amor é dado ao ser, não às suas escolhas”.

Imediatamente, lembrei-me da profecia de Ezequiel, 33,11 que diz: “Por minha vida, oráculo do Senhor Iahweh, certamente não tenho prazer na morte do ímpio; mas antes, na sua conversão, em que ele se converta do seu caminho e viva.”

Partindo desse princípio bíblico e, também, da frase/título, percebe-se que, de fato, o ser, ou seja, o homem em si, independentemente de suas escolhas, seus gostos e contragostos, conceitos e preconceitos, o foco do amor é e deve ser ele, jamais o seu modo de ser ou pensar.

Em se tratando de amar, quando se tira o foco de onde ele deveria estar – no homem – é quando surgem as competições exacerbadas, a agressividade, o ódio, a violência, a mesquinhez, o individualismo, o desejo de vingança, de fazer o mal em todas as suas vertentes... e tantas outras mazelas que destroem o caráter humano.

Amar verdadeiramente deve superar o falar e transbordar no existencial.

Quando se diz que “o amor é dado ao ser, não às suas escolhas”, fala-se do amor que gera total repúdio ao pecado, justamente para poder salvaguardar o pecador.

Isso significa dizer que quando alguém erra, não pode ser sumariamente execrado. Nesse caso, quem o ama deve apontar o erro, numa tentativa de que quem errou possa reconhecê-lo como próprio e ter a chance de concertá-lo.

Aceitar o erro concordando com palavras ou com o silêncio, com a desculpa de que é amigo, é compactuar com ele e assumir a mesma culpabilidade do delito.

Ainda sobre a frase-título desse texto, cada pessoa é livre para fazer suas escolhas. Ninguém está obrigada a ser ou a pensar exatamente igual a outra. Se assim fosse, uma das duas não teria sentido de existir na dimensão temporal.

Nasce-se com predisposições diversas, outros aspectos vão se somando ao longo do tempo. Isso tem que ser respeitado; não, necessariamente, assumidos como condição para uma amizade/proximidade.

O respeito pela liberdade do outro é fundamental para uma ótima convivência.

É dentro desse princípio que tenho como base minhas amizades. Sou amigo de todos, embora não aceite muitos de seus gostos/atitudes... Importa, de fato o respeito à liberdade do outro.

Enigmas da vida...
EGO, ME IPSO!!!
[Pe. José Neto de França]