Quando cito em minhas palestras e escritos os educadores, procuro dirigir-me não apenas aos heroicos profissionais dessa vocação, aos que realmente merecem essa deferência, contudo, àqueles que recebem de Deus (todos nós) a missão de encaminhar pela estrada correta as futuras gerações. E tantas vezes – a História está repleta de exemplos – as lições cotidianas adquiridas nos bancos escolares da existência também preparam o aluno para enfrentar os desafios de uma sociedade que chega aos estertores da postura suicida em relação ao meio ambiente.
Da Dialética da Boa Vontade
Ainda quanto aos percalços, em pleno terceiro milênio, que os docentes devem diariamente sobrepujar para viver com dignidade, veio-me à lembrança um trecho de um livro meu, Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987), na época da dicotomia comunismo-capitalismo, em que, já naquele período, alertava: Na realidade, falta tratamento digno aos professores, que são órfãos de um sistema econômico desumano, que vigora em várias regiões do planeta. Para argumentar, podemos dizer que — onde lhes são permitidas melhores condições materiais — lhes é negado o direito de pensar, sentir e — onde não lhes é vedada a ação do raciocínio — não lhes é concedido sobreviver decentemente...
Linha educacional ecumênica
Por isso, ao longo dessas décadas, no Rádio, na TV, na imprensa e na internet, venho apresentando conceitos que pautam a linha educacional ecumênica da rede de ensino da Legião da Boa Vontade (LBV).
A Pedagogia de Deus, antevista pelo saudoso fundador da Legião da Boa Vontade, Alziro Zarur (1914-1979), desde o surgimento (1950) da LBV, da qual fazem parte a Pedagogia do Cidadão Ecumênico e a do Afeto, visa à construção da criatura livre, pelo Amor, pela Verdade e pela Justiça Divinos. Consoante o Senhor da Paz, está singularizada no “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (sentimento) e no “Conhecereis a Verdade [de Deus], e a Verdade [de Deus] vos libertará” (razão) — Evangelho, segundo João, 13:34 e 35, e 8:32. Por que Pedagogia do Afeto? Porque a estabilidade do mundo começa no coração da criança.
A Pedagogia de Deus significa Jesus, o Mestre do Ensino, no ensino, como Mestre.
Ora, da mesma maneira que, para sobreviver, precisamos do pão de trigo, necessitamos do pão espiritual, o que desceu do Céu, o pábulo da liberdade plena, o alimento da Vida Eterna para todos aqueles que Nele confiam, pois O respeitam (Boa Nova, nos relatos de João, 6:22 a 59).
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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