Sempre tive aversão a provar sushi, não que eu seja chata pra comida, adoro comer. Acho inclusive, que pessoas que comem por prazer são pessoas mais felizes, e chatas pessoas cheias de xiu pra comida. Mas voltando ao sushi, comer peixe cru? Aff, nem pensar! Essa era minha reação, quando me ofereciam tal iguaria.
Noutro dia, comemorando idade nova, chamei uns amigos para curtir uma música ao vivo num sushi bar, pois tinha conhecimento da variedade de comidas ali servidas, não seria então, obrigada a confrontar o peixe cru. Mas pra minha surpresa, um dos convidados, fã de Dragon, solicitou o tal prato. Ora, numa idade que já se percebe que muitas escolhas ou não-escolhas dão erradas, embora bem pensadas, não se recusa provar um sabor novo, assim penso. Então me arrisquei!
Nossa, que sensação, delícia indescritível saborear o tal do Dragon. Fui mais além, provei outros pratos, gostei de todos. Lição da noite: que número infinito de coisa a gente perde nessa vida por preconceito ou medo do diferente – e não falo só de comida.
A vida é uma só! Quantas vezes ouvimos e repetimos, no entanto nos privamos do novo, dos sabores, saberes e prazeres que a vida pode nos ofertar. Há tanto pra se aprender, provar – viver. Chega de não-gosto-disso sem nunca ter provado, chega de rotular sem conhecer, chega de viver numa camisa de força rosa, culturalmente costurada. Sair sozinha, dançar ouvindo “aquela” música, rir alto, dizer sim pras coisas boas da vida, gritar NÃO – por que não, se algo ou alguém te incomoda? Essas coisas não tiram pedaço, não ferem nossa integridade humana feminina. Como diz a música: “porque não há tempo que volte amor, vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir!”.
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