Rosa Cecília Wanderley Silva de Azevedo
Final de ano é época corrida. Muitos compromissos a cumprir. Provas finais, compras de Natal, acabamento daquela reforma na casa, além das confraternizações do trabalho, da faculdade, da academia, da turma do colégio...ufa!
É a última chamada para tudo o que não foi feito durante o ano! É aí que entram as listas, tão comuns nessa época. Tudo o que não se concretizou no ano atual é transferido para o próximo. Um exercício de esperança!
Gostaria de sugerir mais uma lista. Mas não é de promessas. Convidolhe, querido/a leitor/a, a lembrar do início do ano. Faz tanto tempo! Ou parece que foi ontem? Enfim, vamos lá para quando 2010 era apenas um bebê e ensaiava seus primeiros passos...
Pegue papel e caneta ou, se preferir, repasse mentalmente os acontecimentos que afetaram o seu diaapósdia em 2010. Tente lembrar o que cada um fez você pensar e sentir. Houve bons momentos, outros nem tanto e também aqueles que talvez façam com que você deseje que 2010 acabe logo. Mas todos tem algo em comum: o fato de terem contribuído para você ser você mesmo hoje. E isto, acredite, é muito.
Este exercício fará com que você pare um pouco, nem que seja por dez minutinhos, e dedique este tempo ao velho e desgastado 2010. Ele se sentirá feliz. Talvez até esqueça o ressentimento pelo fato de todas as atenções agora irem para seu irmão mais novo, 2011, que ainda nem nasceu!
Rendalhe esta homenagem enquanto é tempo. Ele ainda está aqui. Dedique este momento a ele, como faria com um antepassado ou amigo velhinho que se despede da vida. Dêlhe a oportunidade de dar conselhos e instruções, de explicar sua últimas vontades dignamente, de deixar um legado para a posteridade.
O que fará com o que ouvir caberá apenas a você, no ano que vem. Hoje, porém, apenas ouça.Talvez você discorde de tudo o que ele lhe disser. Possivelmente vocês dois tenham passado os últimos doze meses brigando. Mesmo que assim tenha sido, perceba o quanto as frustrações que 2010 possa ter lhe trazido fizeram de você alguém melhor e mais consciente do que quando ele começou.
Não digo para forçar a barra e dizer que foi tudo maravilhoso. Apenas para olhálo nos olhos e cumprimentálo com respeito, como dois atletas ao final de uma partida. Ou como a um professor cuja sabedoria intimamente reconhecemos e agradecemos, mesmo que discordemos de seus métodos.
Enfim, faça as pazes com o ano! Deixe que ele vá em paz, libertese dele e abra os braços para 2011!
Comentários