Como tudo começou......

Luciene Amaral da Silva

Quando meus olhos cruzaram com seus olhos percebi de imediato que você era a pessoa especial da minha vida. Não hesitei! Não ia deixar essa chance passar e de imediato comecei a pesquisar quem era, nome, onde morava e já sabia que não podia mais ficar sem você.

Chamam de amor a primeira vista e disseram que começando dessa forma não duraria. Nem liguei para o que diziam, só queria saber do que estava sentindo. Era uma coisa tão grande e nova, nunca havia sentido aquilo por ninguém. Sempre que o via dava um frio na barriga, aqueles frios de roda gigante descendo. Nossa, não parava de sorrir e o tempo parava mesmo.

Fiz tudo diferente do que tinha feito até aquele momento e decidi romper com todo padrão de relacionamento, regras de paquera, de namoro que até aquela idade tinha ouvido os outros falar. Estava disposta a conquistar e como não tinha ninguém em sua história, veio a mim a certeza que podia escrever na história dele também. E assim o fiz.

Tentei fazer com que o destino nos aproximasse, porque se havia destino ele agora iria ter que trabalhar. Dei as coordenadas para o barco saber para onde deveria ir. Fui a montanha que chegou até Maomé, tive que por à prova o ditado quem persiste sempre alcança, ou seja, essa galera toda de ditado e frase de efeito agora tinham que mostrar seu poder.

Enfim, descobri seu nome, onde morava, quem era sua família, onde trabalhava, se estava sozinho, se frequentava alguma religião, coisas que faziam sentido para mim. Busquei tudo e nem tudo que achei era de acordo com o que esperava, mas como estava disposta a não desistir porque como eu, suas qualidades eram maiores que seus defeitos, como coisa que estava em condições de ver algum defeito à época.

Saiam estrelas dos olhos quando o via, o coração batia forte, não conseguia ver nada ao redor quando ele chegava e sempre que ia embora batia uma desesperança pela incerteza de voltar a vê-lo mais uma vez. Não tinha jeito, parece que eu tinha todos esses montes de nomes que o povo costuma dar e outros costumam não acreditar.

Não queria saber de nada, só sabia que o que eu sentia era muito bom que até doía. Diante de tanta persistência o destino se cansou, entregou os pontos e teve que abrir as portas e proporcionar o primeiro encontro. Olha coisa de cinema sabe. Se eu detalhasse, e olha que lembro de todos os detalhes, passaríamos a tarde toda aqui conversando.

Bem, o destino foi mágico. Quando o vi, a música foi a culpada para nos juntarmos e a banda cantava aquela música que você não esquece nunca mais. Então fui convidada por ele para dançar, pronto, naquele momento o mundo parou de girar. Olhei em seus olhos, não parava de sorrir, comecei a conversar e vi que ele sabia meu nome, de onde eu era, onde estudava, onde trabalhava, parece que o detetive destino estava trabalhando para os dois.

Não havia mais chão, eu flutuava e claro, aquela música não podia parar nunca. Era mágico o momento. Eu “fransina” em seus braços fortes, ele muito mais alto que eu, mas o salto da sandália preta resolvia um pouco essa diferença e começamos a conversar e nem percebemos que já estávamos dançando a segunda música e quando ela parou, pronto, nunca mais nos separamos.

E ali começava uma daquelas histórias que o povo não acredita mais que existe. Uma história que deveria ser a regra geral do amor e acabou virando a exceção. Uma história linda que parece que Romeu e Julieta foi baseada nela, só baseada, porque a nossa foi bem melhor.

E isso tudo, foi porque não fiz como todo mundo mandou fazer, não ouvi os padrões nem as regras que querem colocar no amor e me entreguei, primeiro a mim mesma, pessoa na qual mais confio nessa vida, e depois me entreguei ao que estava sentindo por ele, lembrando de uma pergunta que um amigo fez sobre como você entra no amor com medo ou se lança? Na época eu nem entendia o que era se lançar, mas agora eu descobri o que ele estava perguntando.

Lançar-se sem medo de sofrer, correr o risco que só o amor consegue colocar e assim consegui viver a minha história, não precisei tirar a história de ninguém porque sabia que podia ter a minha própria história. Até quando será belo assim? Já ouvi tanto essa pergunta. E o pior é que parece que como nossa história tornou-se a exceção da regra, parte do mundo fica esperando que tudo dê errado para me juntar ao grande time das decepções.

Nem ligo. E continuo me juntando ao pequeno grupo em que o amor deu certo, porque sabíamos o que queríamos desde o começo e assim vamos vivendo um dia por vez, cuidando disso que descobrimos e construímos juntos. Dialogando, resolvendo, respeitando, se ajudando, sendo pilar um para o outro, apoiando, andando juntos no caminho escolhido por nós e foi assim que tudo começou.

Vamos começar sua história?

@dialogandocomlu
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