Sabemos que para vivermos melhor precisamos construir e adquirir hábitos que façam com que tenhamos uma vida saudável. A questão não é fugir da morte, como muitas pessoas com pouca instrução se apoderam do discurso de "para que viver saudável se no final todo mundo morre", a questão é como vou viver até morrer.
Viver saudável é cultural, implica ter consciência da necessidade de conservar a saúde e praticar atos que contribuam com a saúde como dormir bem, cuidar da mente, cuidar da alma, alimentar mente e alma com coisas que fazem bem, ter prazer no que faz, fazer atividades físicas por prazer não por obrigação, amar a família, viver em paz com as pessoas, não se entregar demais aos problemas, tentar resolvê-los, compartilhar e ter hábitos alimentares saudáveis.
É nesse ponto que quero chegar, alimentação saudável. Temos dois aspectos a refletir sobre essa questão, primeiro aquisição de alimentos saudáveis, sabemos que o comercio de alimentos saudáveis não é barato, muitos produtos que deveriam fazer parte da alimentação são, em média, mais caros para a maioria, sendo assim, a restrição econômica a aquisição de alimentos saudáveis para grande parte da população começa a ser o primeiro entrave e para vegetarianos e veganos o desafio é bem maior.
A segunda questão a analisar é referente a qualidade do que está sendo vendido como saudável. A cada dia nos deparamos com escândalos e denuncias sobre a adulteração de alimentos para beneficiamento da ganância do mercado consumidor.
Constantemente a mídia apresenta denuncias de irregularidades, ora é a carne, ora é o leite, ora são os produtos para dietas que apresentam divergência na composição dos produtos, orgânicos que não são isentos de agrotóxicos, produtos vencidos com máscaras, uma infinidade de alimentos que enganam nossas mentes dizendo ser saudáveis e no entanto, adoecem até mais que os alimentos considerados não saudáveis, e com isso, nos deparamos com o aumento desenfreado de doenças, independente da idade, derivada de alimentos que ingerimos apenas com o rótulo de saudável.
Até que ponto, quem fabrica é capaz de sacrificar a humanidade em nome da ganância? Boaventura de Souza Santos, em seu livro Direitos Humanos,
Democracia e Desenvolvimento, traz o panorama da violação dos direitos humanos das comunidades rurais com alto índice de câncer de pele causados pela proliferação dos agrotóxicos no ar.
Então como viver saudável?
Podemos fazer nossa parte no que nos compete como atividades físicas, dormir bem, cuidar da alma e da mente, e do corpo como saber se o que estamos ingerindo realmente faz bem à nossa saúde?
Precisamos olhar mais um pouco para trás para lembrarmos de tempos mais saudáveis como o canteiro de coentro, cebolinha, tomate, cebola plantados em casa, tantas fruteiras abasteciam a mesa da família, da galinha criada em casa(nem precisa de hormônios para crescer em poucos dias), dos seus ovos tão saudáveis, do carneiro, ovelha criados, sabíamos de onde vinham as coisas, sabíamos que não vinha do mercado apenas, coisa que as atuais gerações não sabem mais.
Não precisávamos de iogurtes, nem refringentes, nem biscoitos recheados, nem batatas fritas, nem sanduíches felizes, também não éramos obesos, nem diabéticos, brincávamos.
Como ser saudável em tempos de ganância pelo lucro a todo custo, como viver bem,sabendo que todos os lados que poderíamos correr estão nos levando para o mesmo caminho, o que eles ainda fazem com nossa alimentação que nós não sabemos? Como sobreviver?
Precisamos criar um outro modo de vida, precisamos nos reinventar como sempre fizemos para superar as crises e as dificuldades, precisamos mostrar a eles que não seremos suas cobaias, vidas desnecessárias como o mercado nos vê.
Existe sim uma outra possibilidade, vamos descobrir e fazer.
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