É HORA DE FALAR DE ESPERANÇA

Luciene Amaral da Silva

Hoje é noite de sábado, dia 09 de abril de 2011. Hoje é dia de falar em esperança, porque nós precisamos dela para acreditar que depois de amanhã a vida poderá ser diferente, as pessoas poderão ser deferentes e as famílias também poderão ser diferentes.

Não vou falar aqui das coisas absurdamente trágicas que vem acontecendo porque todos já sabem, desde a tragédia mais recente do Rio de Janeiro, a tragédias em cidades tão próximas de nós, onde toda uma cidade está de luto pela morte de tão inocente e ingênua vida.
Existem muitos sinônimos que nos auxiliam a descrever a dor, mas poucos reservam parte do seu tempo na busca de sinônimos que definam ESPERANÇA.

Esperar é ter a certeza de que algo virá, ninguém pode viver sem esperar algo para si ou para os seus e não dá mais nesse contexto atual viver em nosso mundo sem ter esperança. Li um conceito que dizia que esperança não se funda em certezas, pois mesmo dentro da incerteza conseguimos ter esperança.

Quando dizem que “a esperança é a ultima que morre”, creio que ela não morre, mesmo sendo a última gota de força existente em nossas crenças, ela não morre, pois é a mesma que nos ajuda a passar e superar dores, perdas, dúvidas, incertezas, desilusões, decepções, a esperança sempre vai está lá esperando que alguém a convide para fazer parte da sua vida.

Em um mundo de terror onde vivemos é a esperança que não deixa as coisas ruins dá a última palavra, mas precisamos criar a cultura da esperança, precisamos educar as famílias para a esperança, pois se desde cedo a criança acreditar que as coisas horrorosas que acontecem no mundo são normais e nada vai mudar, teremos uma sociedade futuramente vazia de esperança e sem motivação para a mudança, para a transformação de um mundo em um espaço melhor de conviver.

É importante que saibamos que a esperança não é um sentimento estático, mas uma força motivadora que nos impulsiona a ultrapassar nosso limites. Ela é a coragem e o ânimo de que vale a pena acreditar e esperar que algo vai acontecer ou que vai dar tudo certo.

Termino este texto com a seguinte citação:
"Depois da guerra, pensava eu, restavam apenas cinzas, destroços sem íntimo. Tudo pesando, definitivo e sem reparo. Hoje sei que não é verdade. Onde restou o homem sobreviveu semente, sonho a engravidar o tempo. Esse sonho se ocultou no mais inacessível de nós, lá onde a violência não podia golpear, lá onde a barbárie não tinha acesso.” (Mia Couto na introdução de seu livro "Estórias Abensonhadas" Editorial Caminho - Lisboa - 2002).

É nisso que eu acredito e você?

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