O VELHO DIAL: ESTÁ COM OS DIAS CONTADOS...

Fábio Campos

A curiosidade falou mais alto, ao vermos matéria publicada aqui na internet atestando: “O Fim das Transmissões Radiofônicas na modalidade FM na Noruega”. Deduzimos, claro, que sucumbida pelos avanços tecnológicos isso teria ocorrido. Mas onde residia a vantagem de interromper esse tipo de comunicação? tão amplamente utilizado em nosso país. Cada vez mais em ascensão. Acreditamos que a cada dia, no território brasileiro, milhares de emissoras de rádio, amparadas pela insígnia de “Comunitárias” são colocadas para funcionar. Fizemos uma compilação da matéria. Vejamos:

“Sob os olhares de outras nações, a Noruega se tornou o primeiro país do mundo a tirar do ar o sinal FM na última quarta-feira. Segundo o governo, hoje, a Noruega tem 22 estações nacionais de rádio digital e ainda há espaço para outras 20. No entanto só restam cinco estações nacionais de rádio FM neste país de 5 milhões de habitantes. O ministério da Cultura norueguês estima que a digitalização das emissoras nacionais de rádio gerará uma economia anual de cerca de US$ 25 milhões (aproximadamente R$ 80 milhões). O custo de transmissão de rádio nacional pela rede FM é oito vezes maior que pela retransmissão Digital de Áudio, disse o ministério em um comunicado. Isso se deve em parte pelo menor consumo de energia elétrica da transmissão digital. [E a matéria conclui dizendo:] “Quem escuta rádio pode decidir, em vez disso, passar a ouvir sua coleção de músicas ou os serviços de “streaming”. Se a mudança prejudicar a audiência pode ser que outros países fiquem menos dispostos a também desligar seu sinal de FM e AM.” Fonte: msn.com.br/notícias Nota: da própria notícia: “Esta matéria foi publicada originalmente em abril de 2015.”

Portanto fica claro, é uma questão de Custo/Benefício. Um país sério e comprometido com a coisa pública, não seria inconsequente, e tiraria de circulação duas modalidades de transmissão radiofônica: FM e AM, somente pelo avanço tecnológico. O governo daquele país visualiza vários aspectos intrínsecos: a economia primordialmente, atrelada a preocupação com os recursos não renováveis. A energia elétrica que tem um custo altíssimo para ser produzida, entre outros fatores. Já é tempo, mais que suficiente do governo brasileiro pensar nisso.
Mas de onde vem a palavra “Dial”? A que aparece lá no título da crônica. Primeiro buscamos o significado para FM e AM:

“FM significa “Frequencia Modulada”, nela não é a amplitude que é modulada, e sim a frequência da onda de rádio. Isto é, os picos positivos do sinal modulado representam frequências mais elevadas e os picos negativos apresentam frequências mais baixas. Desse modo os rádios FM são menos sujeitos a interferências causadas por “ruídos” eletromagnéticos (raios ou mesmo emissões de estações de rádio, TV ou radioamadores etc.), mas não tem o alcance das Mas. Fonte: radiocomrn.com.br
Tem ali na matéria uma palavra em inglês: “streaming” Vamos ao significado:

“Satreaming é uma tecnologia que envia informações multimídia, através da transferência de dados, utilizando redes de computadores, especialmente a internet. Um grande exemplo de é o site Youtube, que utiliza essa tecnologias para transmitir vídeos em tempo real. Fonte: Goolge.com.br”

E Dial?
“(...) vem do Latim “dialis”, diário, de dies, “dia”. Essa palavra parecer ter sido retirada da expressão rota dialis, “rota diária”. E evoluiu para o significado de “Círculo giratório”. Quando se começou a usar o telefone em 1879, o disco onde estavam escritos os algarismos para efetuar a chamada recebeu o nome de “dial”. Mais tarde, quando os aparelhos de rádio começaram a ser usados, o controle de sintonia (que era um disco com os números das estações marcados com um ponteiro, também recebeu esta denominação. Fonte: origemdapalavra.com.br”

Rádio em minha cidade natal: Santana do Ipanema, teve seus período áureo nas décadas de 70 e 80. Em 1978 surgiu uma nova emissora ( na modalidade AM) denominada Rádio Correio do Sertão”. Ao longo de sua existência (ainda hoje existe) protagonizou fatos pitorescos vividos pela plêiade de artistas, locutores, radialistas que passaram pelos seus estúdios. Fatos, muitos destes foram parar nas páginas da seleções de crônicas publicados pelo Instituto SWA: “À Sombra do Umbuzeiro”, “À Sombra do Juazeiro”.

Citemos um desses episódios, que lembramos agora. No auge da audiência a ‘rádio Correio” tinha um programa de violeiros repentistas que entre uma página musical e outra, divulgava uma “Nota de Utilidade Pública”. Num dos programas o repentista Zenilde Batista começa a ler pro seu seleto público ouvinte:

“Está desaparecido, desde ontem, um garoto. Pesando cerca de 10 arroubas, é todo preto, e tem uma estrela branca na testa. Oxente!? Mas isso é um garrote!... kkkkkkkkk”


Fabio Campos 14 de janeiro de 2017.

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