Internetês, é a nova tendência da língua verbal e não-verbal surgida na internet, rede mundial de computadores, no modo como os internautas, especialmente os mais jovens, se comunicam. Determinados termos, eles estão “encolhendo”: “pq” em vez de “porque”; “vc” em substituição a “você”. E por aí vai.
A Revista da Língua Portuguesa, edições de junho/12 nº80 e agosto/12 nº82. Trazem matérias interessantes sobre este e outros assuntos. A primeira traz matéria de capa sobre “A idade das palavras”. Com muita propriedade, o professor Edgar Murano passeia sobre o universo de alguns verbetes da língua portuguesa. Cita o jornalista Alberto Vilas que criou o Dicionário Brasileiro de Língua Morta (Editora Globo 2012) termos que já caíram em desuso, como: datilografia, datilografar. Termos associados à máquina de escrever, que praticamente não se usa mais, hoje em dia.
Quem nasceu de 1990 pra cá, é muito provável que não saiba que o teclado do seu computador, e que “digita” nas teclas, na máquina de datilografia (cujas letras permanecem na mesma posição) se datilografava. Ainda na matéria fala sobre termos como: “broto” pra designar pessoa jovem; “carango” significava carro; “Uma brasa! Mora?”, quer dizer: “O melhor! Entende?”. Usar tais termos hoje em dia seria considerado “cafona” pra ser melhor entendido: “Brega”.
Palavras podem pregar-nos peças, é preciso que tenhamos domínio da Língua e em muitas ocasiões na língua! Creio que daí tenha surgido o termo: “Dobre sua língua pra falar comigo!”. A palavra “cara”. Se estiver referindo-se a rosto, é substantivo, feminino, naturalmente para caracterizar-lhe o gênero, devemos antecedê-la do artigo, singular, feminino “A”, “A Cara”. No entanto admite em determinada construção lexical, a antecipação do artigo masculino: “O Cara” referindo-se neste caso a pessoa excepcional.
Na mesma linha de pensamento, temos a palavra “face” no nosso idioma pátrio, também admite o artigo, feminino: “A face”. Se fomos pra internet, especificamente referindo-se a um site de relacionamento, vamos ter “O face” no caso, O facebook.
“Caras” é revista de fofocas das celebridades (editora Abril). Em junho de 1999 o humorista Ziraldo lançou pela editora Pererê, a revista “Bundas”, que saiu de circulação no ano seguinte, por problemas financeiros, e não de censura! Colaboravam com a revista, gente do quilate de Millôr Fernandes e Jaguar. Interessante era o slogan do periódico: “a revista que é a cara do Brasil! Quem mostra a bunda em “Caras”, não mostra a cara em “Bundas”!
Pode ser que fato semelhante ocorra hoje, no webespaço: Quem está mostrando a cara “no face” não está mais mostrando no “orKUt”! Entendeu o trocadilho?
E pra encerrar: O cara, cansado de ser chamado de “Sem-vergonha” na sua terra natal, resolveu mudar-se pra São Paulo. Bem no centro da capital, deu vontade de cagar. Como não dava mais tempo chegar a um banheiro, resolveu “arriar o barro” no meio da rua mesmo. Pra não ser reconhecido, enrolou a cabeça com a camisa. Nisso vai passando duas senhoras. Uma olhando comenta:
-Olha só o sem-vergonha!
Aí o cara se arretou: - Assim não dá! Na minha cidade, pelo menos as pessoas me conheciam pela cara. Aqui estão me conhecendo pelo c...!
Fabio Campos 21.09.2012 Já está no blog fabiosoarescampos.com o Conto: “A Ponte e o Padre”
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