De lá de Senador Rui Palmeira a inspiração pra fazer esta crõnica. É uma homenagem a meu amigo Ciço de Quincas, esposo da professora Nicaula Abreu Wanderley. São os pais de Helder, Élvio e da jovem professora Kélvia. De lá também me chegam informações, que estes amigos não deixam de ler, não perdem uma só, das nossas crônicas.
Cícero Vieira, o popular Ciço de Quincas, é filho de Joaquim Vieira, um dos fundadores da cidade de Senador Rui Palmeira, que já foi povoado Riacho Grande. Ciço preserva até hoje ao lado de sua residência, a primeira casa da então Usina de Riacho Grande. Ciço foi, por muitos anos, proprietário do mais antigo bar da cidade. O Bar de sete portas, ficava de frente a igreja de Santo Antonio. Ali se jogava sinuca, tomava-se cachaça e ouvia-se música da melhor qualidade em Long Play (o bolachão LP): Maurício Reis e seu “Mecedão Vermelho”; Altemar Dutra “A Pretendida”; Nelson Gonçalves (de quem ele é o maior fâ) “Dolores Sierra”. Dois objetos me chamavam atenção no bar: Uma radiola de móvel, ABC “A Voz de Ouro”. E um espelho de loja de chapéu,com o desenho de um Prada estampado no vidro. No fim da década de noventa, ali residi, na época compus uma poesia em que cito o bar eis a estrofe:
Fui na Rua do Carvão
Voltei pelo meio da praça
Resolvi tomar cachaça
No Bar de Ciço de Quincas
Pote véio nunca trinca
Quem diz isso tem razão
Rezo pra frei Damião...
Ciço tem um pequeno problema de memória. Isso já foi motivo de muitas brincadeiras de seus fregueses: É que ele é assim meio esquecido; botava um cigarro no bico e esquecia de acender; botava os copos na mesa e esquecia de colocar a cachaça. Todo dia, de manhãzinha Ciço ia buscar o leite na fazenda que fica na saída da cidade, pra quem vai pra Rua Nova. Tem carro, mas preferia ir de bicicleta. Numa das vezes chega Ciço de pé, com o balde de leite na mão.
-Ô Ciço o leite estou vendo aí na sua mão... e a bicicleta?
Fabio Campos 01/02/2011 É Professor em S. do Ipanema-AL.
Comentários