Acordei ontem com uma música passeando pelos neurônios, vinda lá do passado. Não lembrava quem era o cantor. No Google digitei o único verso que me vinha: “Às vezes eu olho pra terra sem compreender/ a luta dos seres humanos pra sobreviver” E Dom e Ravel saltaram aos meus olhos:
“Às vezes eu olho pra terra sem compreender
A luta dos seres humanos pra sobreviver
O grande açoitando o pequeno
Terceiros mandando apartar
Mas na maioria das vezes o grande não quer parar
Tem vezes que o desesperado se põe a pensar
Por que deve aos pés de um grande se ajoelhar
Eu passo por muitas igrejas pedindo respostas de Deus
Pra Ele calado no espaço ouvir os lamentos meus
Refrão: Animais nós os homens somos todos meio
Animais irracionais
Levantamos, guerreamos, e deitamos e rezamos antes
A vida é um sonho e nada mais. Oh! Cantem atrás.vagalume.com.br”
Os irmãos Farias: Eustáquio Gomes de Farias [*1944+2000] e Eduardo Gomes de Farias [*1947+2001] nasceram em Itaiçaba - Ceará. Lançaram seu primeiro LP [Long Play] em 1969 que tinha a música “Você também é responsável” que fala do homem do campo. E o governo aproveitou para fazer a propaganda do MOBRAL. Movimento Brasileiro de Alfabetização. No ano seguinte lançaram “Eu te amo meu Brasil” que foi sucesso com “Os Incríveis”. A vitória da Seleção Brasileira de Futebol na Copa de 70 no México, ajudou a alavancar este sucesso. A dupla acabou pagando um preço muito alto, os partidos de oposição ao governo começaram a dizer que eles eram garotos-propaganda da ditadura. Daí veio esta música “Animais Irracionais”[1971] que desagradou a gregos e troianos. É da dupla também a música “Marcas do que se Foi” que a rede Globo de televisão aproveitou para campanha de natal e ano de todos os anos. E o faz até hoje:
“Este ano quero paz no meu coração
Quem quiser ter um amigo que me dê a mão”
Acabei de ir novamente ao Google, pra saber se o nome do bairro de Maceió prestava homenagem ao compositor cearense, infelizmente não era.
Outro assunto que gostaria de abordar nesta crônica: o tema do Globo Repórter de ontem: O Sal. Reportagem riquíssima de conhecimentos a respeito desse importante elemento: o cloreto de sódio, para a vida dos seres humanos. O sal, como já sabíamos, deu origem ao termo salário, que era com que se pagava aos soldados romanos no remoto passado. A palavra vem da mitologia romana, de Salus deusa da saúde.
Jesus vai fazer referência ao sal em Mateus 5:13 “Vós sois o sal da terra. Se o sal perder o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens.”
Passei a entender melhor este versículo da bíblia depois da reportagem de ontem sobre sal. Ao pesquisar descobri que as margens do mar Morto, citado em Sofonias (2,9) e no livro de Samuel 2 (8,13) existiu um vale de sal de oito quilômetros de extensão. E que existe sim um tipo de sal que pode sim se estragar e perder o sabor. Fonte: bíblia.com.br
Animal irracional, dizendo coisas racionais não é de hoje. O jornal que desafiou a ditadura: “O Pasquim” tinha como mascote: o Jaguar [coluna do Jaguar] que dizia coisas contra o governo militar [maldita Ditadura!]. O macaco Simão [jornalista José Simão] da Folha de São Paulo. Atualmente a irreverência do nordestino vem nas falas do Bode Gaiato [Breno Melo – Diário de Pernambuco].
Pra encerrar o Bode Gaiato e o ENEM:
“-O que caiu na prova do Enem?
-Minhas lágrimas...”
“-Ô mãinha diga aí uma frase Motivacional pra mim, que vô fazê a prova do Enem?
-Tire nota boa, se não Tu leva uma pisa bixiga!”
“-Só fiquei em dúvida em duas questões
-Só?
-As outras tenho certeza que errei.”
Fabio Campos, 11 de Novembro de 2017.
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