Recorro ao mestre Aurélio e vejo que empatia é a “tendência para sentir o que sentiria caso estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa”.
Em outras palavras, significa colocar-se no lugar de outra pessoa para entender a justeza da mensagem, em pedido de informação, reivindicação ou atendimento em sala de recepção.
Trata-se de boa relação ou comunicação interpessoal em qualquer lugar em nossa sociedade, sobretudo em empresas e na administração pública e privada.
Vivi por mais de 30 anos esse exercício diário no meu tempo de trabalho no Banco do Brasil, sempre perto do público, relacionando-me com a clientela. Sentia-me, às vezes, juiz; às vezes, conselheiro.
O Banco do Brasil é uma instituição bancária bicentenária respeitável, também uma escola, uma universidade, orgulho nacional. No meu ambiente de trabalho, aprendi os melhores exemplos de honradez, sentimentos de valores e comportamentos éticos. Um aprendizado especial e inesquecível.
Durante o meu trabalho conheci muita gente da sociedade alagoana. Vez por outra, antigos clientes do BB abraçam-me e cumprimentam-me em fila de supermercado, em restaurantes, lembrando-me o atendimento a eles dispensado, positivamente. São manifestações espontâneas, senão gestos de simples gratidão, de reconhecimento.
Há poucos meses, recebi e li o livro Meu Pai (Editora Iluminatta, Campinas, São Paulo, 2019), de autoria de Rubião Gomes Torres, importante cliente do Banco do Brasil, agência Centro de Maceió, onde trabalhavam dois familiares seus e muitos outros amigos funcionários. Sempre ele aparecia por lá a comunicar-se com João e José Romariz, seus dois cunhados, meus colegas de trabalho.
Como lembra o título, trata-se de livro biográfico, lançado em Maceió em janeiro deste ano. Um exemplar, a mim gentilmente autografado, tem os seguintes dizeres: “Ao Djalma, meu ex-gerente do BB, com a minha admiração.”
Li o livro de uma assentada, como costumo dizer, porque sou apreciador de biografias. E, como se tratava de escritor amigo, conhecido cliente do Banco do Brasil, ainda maior o interesse pela leitura.
Rubião Gomes Torres é alagoano e tenente-coronel da reserva do Exército Brasileiro. Como escritor, redige bem, fluente, dando à narrativa colorido especial, eivada de saudosa emoção, de grande amor e admiração por seu desaparecido pai, exemplar chefe de família
Uma belíssima homenagem que o autor fez a seu genitor, Dr. Esperidião Torres (1912-1993), conceituado dentista em Maceió, que exerceu a profissão por mais de 40 anos, com honradez, dedicação e competência. Em algumas oportunidades, abriu a porta do seu consultório para praticar filantropia, também para atender pedido de amigos em eventuais dificuldades financeiras.
Dr. Esperidião Torres era homem feliz, constituiu família numerosa, encaminhando os filhos para a escola, para o ensino, para faculdades, direcionando-os para profissões diversas, todos vencedores, como assim ele sempre desejou ao lado da amada esposa, Dona Odontina.
Alagoano, nascido em 17 de dezembro de 1912, no povoado Mucambo, atual município de Feira Grande, Dr. Esperidião era filho de Andrelino Bispo dos Santos e de Antônia Vieira da Silva, prole com mais de quinze filhos. Faleceu em 11 de junho de 1993, no Recife.
Disse, afinal, Roldão Torres, sexto filho de Dr. Esperidião, referindo-se ao livro e ao autor: “É um tributo de filho, uma contribuição expressiva não só familiar, mas revelando para a posteridade valores de uma época, nas circunstâncias de uma Maceió ainda provinciana.”
Parabéns, Rubião!
Maceió, agosto de 2020.
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