ÁGUA BRANCA, RAINHA DO SERTÃO

Djalma Carvalho

Para mim não existe presente mais significativo que um livro, sobretudo se ele vier com atenciosa e afetuosa dedicatória do seu autor.
Presente valioso chegou-me à mão, dias atrás, trazido por gentileza do fotógrafo Sérgio Hora, profissional amigo que costuma registrar, há muito tempo, fatos e acontecimentos sociais, como reuniões, comitês, assembleias e convenções de Lions, dos quais participo com certa frequência.
Há poucos dias, recebi o livro Água Branca, a Rainha do Sertão das Alagoas (Editora Cepal, Maceió, 2022), de autoria de José Geraldo Dantas Santos, intelectual de escol, escritor, promotor de justiça aposentado, confrade da Academia Maceioense de Letras e meu estimado amigo de longa data.
Li-o com todo interesse no decorrer de uma semana, deliciando-me a cada página e admirado com a grande paixão do autor por sua cidade Água Branca, sempre lembrada e sua querida terra natal.
Disse ele, entusiasticamente: “Oh, minha Água Branca querida! Terra em que nasci, em que vim ao mundo, à vida. Água Branca, o meu berço, minha terra natal querida e amada! E sempre será a paixão e o amor da minha vida!”
Também interiorano, sou apaixonado por Santana do Ipanema, meu chão nativo, apego demonstrado em 15 livros publicados, contando sua história, memórias e costumes de sua gente.
Disse Josué Sylvestre, jornalista e escritor paraibano: “As pessoas nascem e vivem no município, na cidade. As coisas acontecem na urbe.”
José Saramago não esqueceu sua aldeia: “Uma aldeia tem o exato tamanho do mundo, para quem sempre nela viveu.”
Texto fluente, de fôlego, escorreito, com o qual o autor mexeu fundo no baú das recordações de sua santa terrinha. Vieram, assim, as reminiscências, as mais gratas relembranças. Livro escrito com amor, eivado de história, como diria o saudoso Medeiros Neto, “tangido pela sensibilidade telúrica” de José Geraldo Dantas, possuidor de memória invejável.
Nada escapou à sua memória. No livro há um desfilar de nomes de conterrâneos, contemporâneos, personalidades gratas, colegas de escola, gente da cidade e do interior, citando nomes, apelidos e profissões diversas, intelectuais, músicos, políticos, amigos de infância e suas queridas professoras do passado. A todos dispensou tratamento respeitoso, de cavalheiro nato. Teve o cuidado de anexar, ao final do livro, importante galeria de fotos, completando dados históricos de Água Branca.
Observo que o ilustre autor estudou no Grupo Escolar Domingos Moeda, de sua cidade. Curiosamente, Domingos Bento da Moeda e Silva (1839-1923), renomado professor alagoano, cujo nome em 1931 foi dado ao beco ou travessa, entre a Rua do Sol e a Rua do Comércio, em Maceió, conhecido como “Beco da Moeda”.
Apreciador de canções românticas, de serestas. Também religioso e poeta. José Geraldo Dantas é autor de dois hinos, um em louvor à Excelsa Padroeira de sua cidade e outro, em homenagem a Água Branca.
Geraldo Dantas é homem vitorioso em sua vida profissional, familiar. De garoto estafeta, ajudando sua mãe funcionária dos Correios em sua cidade, de inúmeros concursos públicos realizados com êxito, de constituição de uma família muito feliz, hoje ele é aposentado como promotor de justiça e membro do ministério público de Alagoas.
Parabéns, meu confrade e amigo José Geraldo Dantas Santos, pela edição do seu belo livro sob comentário. Que Deus continue iluminando-o para escrever, como esta, mais outras tantas boas obras literárias.

Maceió, julho de 2023.

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